Bissau, 08 Abr 24 (ANG) – Um grupo de dirigentes de 11 clubes de futebol guineense entregou, fim de semana, uma Carta Aberta à Policia Judiciária(PJ) sobre alegada existência de indícios de corrupção na Federação de Futebol da Guiné-Bissau(FFGB).
Os representantes de 11 clubes exigem esclarecimentos sobre o paradeiro de cerca de 949 milhões de francos CFA.
O grupo pede esclarecimento sobre mais 526 milhões de francos cfa que a FIFA atribuiu a Guiné-Bissau, no âmbito dos jogos de apuramento para Campeonato de Mundo “Qatar 2022”.
O referido dinheiro, segundo os subscritores da carta,foi enviado para uma conta paralela, no Ecobank, sem conhecimento dos membros do Comité Executivo e movimentada através de cartão Visa, pelo Presidente da FFGB, Carlos Alberto Teixeira “a seu beneficio pessoal”.
Os dirigentes de clubes de futebol ainda exigem uma exposição sobre um pagamento de mais 70 milhões de francos cfa, feito pela FFGB, para reabilitação de Centro de Estágio localizado, nas instalações do órgão gestor de futebol, mas que até a presente data nenhum trabalho foi feito para requalificação do referido centro.
A explicação de 183 milhões de francos cfa, levantados no Tesouro Público, para pagar o aluguer de um avião para transportar a equipa de São Tomé e Príncipe à Bissau e vice versa.
Segundo o grupo, a equipa de São tomé e Príncipe veio num voo comercial, da Air Maroc e o custo de transporte foi de cerca de 40 milhões de francos cfa. Acontece que, diz o grupo,não foi feita a reposição do remanescente, no valor de 143 milhões de francos cfa no Tesouro Publico.
Em relação as faturas emitidas pela FFGB, os subscritores da Carta Aberta, querem saber das faturas emitidas e pagas através de cheques e transferências bancárias, no valor de 40 milhões de francos cfa, para construção de um parque de estacionamento na FFGB, que entretanto não foi construída.
Os 11 dizem que, há dois anos, foram emitidas faturas para compra de três autocarros, mas que a FFGB recebeu apenas dois, faltando por receber um autocarro avaliado em 80 milhões francos CFA.
Exigem ainda esclarecimento sobre o contrato de patrocínio de GUI SPORT, em que, a FFGB paga mais de 50 milhões, enquanto que devia ser a referida empresa a subvencionar a FFGB.
Também pedem esclarecimentos sobre os fundos de apoio ao desenvolvimento do futebol, recebidos da CAF, cuja a utilização, segundo dizem, deixa dúvidas, por ocultação de todas as informações sobre esse fundo aos membros da FFGB.
A Carta Aberta, à que a ANG teve acesso hoje, foi assinada pelo Presidente de MASSAF de Cacine, Ildefonso Pinto, do FC de Cuntum-Pedro Bacar Sanhá, Presidente de Cupelum FC – Abdú Mané, pelo 2º vice-presidente de FC de Canchungo-Elcilio F. Bari (Edmundo), Secretário-geral de FC Ondame-Afonso A. Djú, vice-presidente do Sporting Clube da Guiné-Bissau-Joãozinho Mendes, vice-presidente do Grupo Desportivo e Recreativa de Quelele-Gil da Silva Té, Presidente FC de Quinara-Mamadú Alfa Bari, vice-presidente de Ajuda Spor Club de Bissau-Cabi Sanhá, Presidente de FC Sonaco-Saliu Embaló e Presidente Fidjus Bideiras-Dulcineia Sebasteão.