Cidade da Praia, 01 Abr (Inforpress) – Algumas pessoas na cidade da Praia consideraram hoje que o acto de mentir, mesmo a brincar, diminui a confiança, porque comunica um problema de caracter por parte de um indivíduo.
O sentimento foi manifestado em declarações à Inforpress, quando abordadas a propósito do Dia Internacional da Mentira, assinalado hoje, data comemorativa informal marcado por brincadeiras que têm como objectivo enganar alguém.
Nas suas declarações uns e outros dizem desconhecer como apareceu esse dia, ao ponto de ser lembrado, e que a efeméride não devia existir no calendário, pois, “ao que parece”, mentir já faz parte do quotidiano de algumas pessoas.
“Às vezes mentimos simplesmente para fazermos rir aos que estão a nossa volta, mas por outro lado, a mentira já se tornou uma via, onde cada vez mais, as pessoas tentam resolver os seus problemas por esse caminho”, conta Jorge Silva, estribando-se ainda no adágio popular que “mentira tem perna curta”.
Rosa Silva que ia a caminho das compras, com alguma pressa, tomou, entretanto, um pouco do seu tempo para falar sobre a questão, exteriorizando que se há coisa que ela detesta é a mentira.
“A mentira é altamente nociva para a sociedade, para a convivência com a família, amigos ou colegas (…) portanto, é algo que deve ser evitado. Afecta todos os segmentos da convivência. Portanto devemos ter muito cuidado. Há mentiras piedosas, como dizia a minha avó, isto é que não prejudica, ou provoca algum mal, mas há mentiras maquiavélicas que atingem outras esferas”, manifestou.
Contou que já teve essa experiência até de “forma traumática”, vinda de pessoas em que depositou “excessiva confiança”, até quando descobriu que estava sendo enganada, e ficou “sem pés”.
“Por isso mentira nem a brincar”, enfatizou.
Já para o jornalista Óscar Monteiro, o Dia da Mentira é um dia interessante, de brincadeira, em que as pessoas não devem levar a sério tudo o que se diz.
“Antigamente o Dia da Mentira tinha mais impacto, contava-se e anunciava-se mentiras na rádio (…) é uma forma de se divertir nesse dia. Mas às vezes há o lado mau, vê-se mentiras nas redes sociais, os fakesnews (…) situações que podem prejudicar ou transtornar as pessoas”, ponderou, assegurando, entre gargalhadas, que ele não mente que apenas omite a verdade.
O psicólogo Carlos Brito, para quem a mentira está enraizada há muito tempo nas sociedades, à escala mundial, não faz sentido assinalar a data porque pode provocar alguns constrangimentos às pessoas.
“É uma data que não deve ser dada importância nenhuma. Estamos a viver num mundo de mentira e quando há possibilidade ainda de contar uma mentira num dia específico… Mentira é sinónimo de enganar. Sou contra. Este dia devia ser eliminado do calendário”, exteriorizou.
Reza a história que a brincadeira surgiu há cinco séculos, por uma decisão do rei Carlos IX, da França. « Mentira tem perna curta », mas em 1º de Abril ela é liberada, quando é comemorado o Dia da Mentira.
A tradição na data é brincar com as possibilidades de uma mentirinha, seja pregando peças com amigos e familiares ou mandando trotes.