Bissau, 23 Mar 23 (ANG) – O 2º vogal do Conselho de Administração do Instituto Nacional da Meteorologia da Guiné-Bissau(INM-GB), disse que a mudança climática é um desafio “do nosso tempo” e a forma de enfrentar este desafio determinará o futuro do nosso planeta e da geração vindoura.
SEDE DE METEOROLOGIA
Fernando Baial Sambú ao proceder a leitura da mensagem do Secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), alusiva a data de comemoração do Dia Meteorológica Mundial, 23 de Março, sustentou que a temperatura média global aumentou mais de 1,1 grau celsius.
“As nossas condições meteorológicas tornaram-se mais extremas, nossos oceanos mais quentes e mais ácidos, os níveis de mares subiram, os gelos nos polos estão derretendo e os ritmos das mudanças se aceleram”, acrescentou.
Baial Sambú disse que o tempo, o clima e o ciclo da água não conhecem fronteiras nacionais ou políticas, pelo que a cooperação internacional é de “suma importância”.
De acordo com Fernando Baial Sambú, o Dia Meteorológico Mundial 2023 é muito particular, porque coincide com os 150 anos da Organização Meteorológica Internacional que precedeu a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Disse que há 150 anos, os serviços meteorológicos e hidrológicos nacionais coletam e normalizam os dados dos quais se baseiam as previsões meteorológicas que são utilizadas atualmente.
A história da troca dos dados de OMM, segundo Sambú, constituem um exemplo de sucesso que demonstra como a cooperação científica pode contribuir para salvar a vida e proteger os meios de subsistência.
A OMM é a 2ª agência mais antiga das Nações Unidas, por isso, Baial diz que sentem orgulhosos das suas conquistas porque pode-se definir prioridades e estratégicas capazes de defender a visão de um mundo mais resiliente face aos fenómenos extremos ligados ao tempo, clima, água e ambiente.
“Precisamos eliminar as lacunas dos sistema de observação de base, em particular os dos países menos avançados e dos pequenos Estados insulares em via do desenvolvimento”, frisou.
Alertas precoces, segundo Baial, são etapas mais evidentes de adaptação das mudanças climáticas que não é mais um luxo, mas sim uma necessidade.
Fernando Sambú que cita o Fórum Económico Mundial, disse que a incapacidade para mitigar as mudanças climáticas, o fracasso de adaptação à este fenómeno e os desastres naturais constituirão, na próxima década, o maior risco ao qual a economia mundial estará exposta.
Disse que pelo menos, metade de todos esses desastres são relacionados a água, sustentando que a mudança climática e o derretimento deslacial também causarão aumento de estresse hídrico.
Defendeu que é fundamental melhorar a vigilância e a gestão da água, razão pelo qual OMM está a trabalhar para estabelecer um sistema mundial de informação sobre a água destinado a promover a troca gratuita de dados hidrológicos.
Fernando Baial Sambú recomenda aos guineenses que bebam sempre muita água e evitem andar ao sol com altas temperaturas, porque segundo diz, “podemos se proteger da alteração climática mas não podemos impedi-la de acontecer”.