Cidade da Praia, 06 Set (Inforpress) – Cerca de 130 mil alunos, do pré-escolar ao secundário, regressam às aulas no dia 18 de Setembro, no país, estando 28 mil inscritos no Ensino Secundário (ES), 17 mil no pré-escolar e os restantes no Ensino Básico Obrigatório.
A informação foi avançada, numa entrevista exclusiva à Inforpress, pelo ministro da Educação, Amadeu Cruz, que garantiu que o ano lectivo 2023/2024 vai funcionar em “pleno” logo no início das aulas com as cantinas abertas, os transportes escolares e manuais escolares nas livrarias para venda.
“Estamos a reunir todos os requisitos para que o ano inicie em pleno. Com as cantinas e os transportes escolares a funcionarem, mas estamos também a trabalhar para que haja manuais escolares nas livrarias”, afirmou, informando que os livros do 1º ao 8º ano já estão disponíveis.
Ainda de acordo com o ministro da Educação, os livros do 9º ano que já foram elaborados estão na impressão, pelo que diz acreditar que até ao final deste mês ou início de Outubro esteja no circuito para venda.
Para além destes, explicou que as infra-estruturas estão sendo melhoradas e que o Ministério está a adquirir laboratórios para melhorar as condições de ensino das tecnologias.
Apesar dos trabalhos que estão a ser realizados para que o ano lectivo 2023/2024 inicie com normalidade, o governante admitiu estar ciente de haver um ou outro atraso, constrangimentos e contingência, pelo que afirma estar em permanente monitorização para um melhor avanço.
“Quanto aos dados, podemos dizer haver uma estabilização do número de alunos no sistema educativo cabo-verdiano. Este ano contamos com um ligeiro crescimento no Ensino Secundário (ES) e uma ligeira diminuição no Ensino Básico Obrigatório (EBO). Globalmente temos cerca de 130 mil alunos que regressam às aulas no dia 18”, disse, ressaltando que 28 mil do total dos alunos estão inscritos no ES, 17 mil no pré-escolar e os restantes no EBO.
Quanto ao pré-escolar, o titular da pasta da Educação avançou que o programa do Governo assume a ambição da universalização do acesso ao pré-escolar, tendo o ministério entendido que deve ser obrigatório como condição de ingresso igualitário ao sistema de ensino.
Afirmou ainda que neste mandato o ministério está a trabalhar o pré-escolar numa perspectiva de reestruturação pedagógica, mas também no domínio da gestão e funcionamento dos estabelecimentos.
“Estaremos em diálogo com as câmaras municipais, já fizemos um levantamento do diagnóstico sobre a situação de funcionamento e gestão dos jardins de infância, e estaremos em articulação com as autarquias para tomarmos algumas medidas de correcção”, frisou.
Conforme Amadeu Cruz, o pré-escolar é a prioridade “número um” da candidatura apresentada aos fundos da Parceria Global para Educação, pelo que espera mobilizar estes fundos para melhorar a qualidade do pré-escolar e a sua abrangência, bem como reduzir as assimetrias de acesso, particularmente, nas grandes cidades.
No meio-rural, o ministro da Educação espera com este fundo melhorar e permitir maior acesso das crianças ao jardim-infantil.
“Estamos a trabalhar numa perspectiva de planeamento e diálogo com os parceiros para melhorar as condições em termos pedagógicos, materiais didácticos, lúdicos e as condições de trabalho das educadoras de infância”, observou.
Neste particular, o governante avançou que vão ser implementadas e regulamentadas as condições de acesso das carreiras dos profissionais que trabalham com as crianças no jardim de infância.
No ES, segundo disse, o único senão tem a ver com a distribuição dos alunos da escola da Várzea de Companhia que já estão distribuídos do 9º ao 12º na escola Cesaltina Ramos até a conclusão do liceu, enquanto que os alunos do 7º a 8º ano estarão a frequentar as aulas na escola de Terra Branca.
A mesma fonte lembrou que se encontrou com os pais e encarregados de educação, aos quais informou sobre estas distribuições e a disponibilidade, do Governo, em contribuir com o passe de transporte urbano para que os alunos possam movimentar-se.
No que se refere aos professores, adiantou que todos aqueles que foram colocados em outros concelhos já devem estar a chegar aos seus respectivos lugares, estando o ministério, neste momento, a fazer contratos para cobrir os que faltam por motivo de pedido de licença sem vencimento ou baixa médica.
“A educação é uma temática que envolve toda a sociedade cabo-verdiana, pois todos temos, directa ou indirectamente, assuntos a ver com ela. É uma responsabilidade da Nação e o Governo continua a apelar às câmaras e à sociedade cabo-verdiana para um envolvimento massivo na acção educativa”, disse.
Amadeu Cruz afirmou ainda que a implementação das reformas educativas é para melhorar a qualidade de ensino e poder assim o arquipélago aproximar-se dos padrões de qualidade dos países da OCDE, tendo jovens a interagir com o mundo com conhecimento e competência nos domínios das tecnologias, línguas, ciências e matemática.
“Que esta grande ambição seja realizada a prazo, mas com a participação de toda a sociedade cabo-verdiana e parceiros”, realçou.
A educação por ser um factor de superação social e de promoção de desenvolvimento sustentável equilibrado do país, mas também de combate à pobreza, de promoção de produtividade e da competitividade da economia nacional deve, segundo Amadeu Cruz, contar com o envolvimento de todos os cabo-verdianos
Para o ano lectivo que ora se inicia, o ministro apela à participação dos pais na educação dos filhos, participando nas reuniões com os professores e escolas.
O governante aproveitou ainda para chamar a todos a participarem no dia 16 de Setembro na Jornada Nacional de Limpeza das Escolas.