Cidade da Praia, 04 Abr (Inforpress) – O grupo de estivadores do Porto da Praia pediu hoje mais transparência no processo de subconcessão dos serviços portuários, tendo manifestado ainda o desejo de ser accionista da concessionária.
Em conferência de imprensa hoje, no Porto da Praia, o porta-voz do grupo, Óscar Almeida, estivador desde 1989, declarou que não são contra a concessão, mas que querem mais transparência neste processo.
“Porque a mensagem que a administração central nos tem passado não é correcta. Enquanto ouvimos uma versão na Assembleia Nacional, na televisão, eles nos dizem outra coisa. E nós não estamos de acordo porque em nenhuma parte do mundo quando não se sobe o vencimento neste contexto, também o salário não é reduzido”, argumentou.
Segundo disse, um dos chefes que está à frente do processo vai ser accionista da concessão e pretendem, conforme vários diálogos que têm realizado com os estivadores, penalizá-los pagando como querem.
“Nós não somos contra a concessionária, como todos nós que estamos aqui já temos mais de 30 anos de serviço, então queremos também ser accionistas da concessionária. Porque a cada dia estão a diminuir o nosso salário e qualquer um de nós quando trabalhamos num navio já sabemos quanto poderemos ganhar », revelou.
Entretanto, dizem estar admirados com a declaração do actual PCA da Enapor que afirmou, conforme o mesmo, de que os tem pagado ilegalmente.
“Será que ele é mais economista que os outros anteriores? Por isso queremos ser accionistas também porque os que estão lá todos já têm os seus tachos, na Assembleia falam uma coisa e eles falam outra coisa », reforçou.
Informou que eles não têm salário fixo, ganham conforme produzem, de acordo com cargas que movimentam, daí que criticou a forma como o processo tem decorrido, tendo manifestado a intenção de virem a criar uma associação de estivadores e até mesmo contratar um advogado para os representar neste processo.
O Governo abriu a 11 de Março uma consulta pública para a subconcessão dos serviços portuários em Cabo Verde, para durante um mês recolher informações dos interessados para melhorar a eficácia operacional dos portos de Cabo Verde, actualmente geridos pela Enapor.
Segundo o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças e do Fomento Empresarial, com essa consulta pública o Governo quer saber o que é que o mercado espera, quais são as expectativas dos investidores em relação à proposta do Governo antes de apresentar os documentos concursais.