São Filipe, 02 Set (Inforpress) – A Comissão Política Regional (CPR) do PAICV considerou hoje que aumento da dengue no Fogo e no país demonstra uma “falta de competência” do Governo para combater as pragas, os mosquitos e mobilizar meios para tratamento da doença.
Em conferência de imprensa para reagir às acusações feitas pelo porta-voz do Conselho Regional do MpD e deputado nacional Filipe Santos, o porta-voz da CPR do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV – oposição) Nilton Lopes, classificou as acusações às câmaras de São Filipe e Mosteiros como “um ataque gratuito e sem sentido, o que denota um total desconhecimento do funcionamento do sistema de saúde no país”.
Para o porta-voz da CPR do PAICV, trazer como “arma de arremesso e combate político”, um assunto sério como a questão da dengue demonstra que o MpD Fogo não respeita os foguenses e não tem nenhuma solução para a resolução dos principais problemas que afectam a ilha.
Tal posicionamento, acrescentou, quando se aproxima das eleições autárquicas deve-se às “boas performances” das duas câmaras e ausência de uma alternativa credível por parte do Movimento para a Democracia (MpD – no poder).
“O deputado nacional ignora o facto de a propagação do vírus da dengue não acontecer apenas na ilha do Fogo, tendo outras ilhas, nomeadamente, Santiago e Brava, severamente afectadas por esta doença”, referiu o porta-voz que esclareceu que a política de saúde pública é responsabilidade primeira do Governo, através das estruturas centrais, das delegacias de saúde e outros serviços do Estado.
Para a CPR do PAICV, as câmaras da ilha do Fogo cooperam e têm cooperado com o Governo, em várias acções levadas a cabo, através dos comitês municipais de saúde, na sensibilização da população e em todas as campanhas que foram realizadas, em São Filipe e nos Mosteiros e apontou como exemplo a recolha do lixo e a deslocalização da lixeira a céu aberto, que existia nas imediações do Hospital Regional São Francisco de Assis.
“A situação da dengue chega a este ponto por uma ausência clara de política de prevenção das doenças transmitidas por vectores e outras doenças e por falta de uma coordenação e política regional da saúde”, disse Nilton Lopes que recordou que ainda está por implementar a Região Sanitária do Fogo/Brava com todas as consequências que esta “negligência” do Governo acarreta para a toda a população das duas ilhas.
Em matéria de saúde, referiu o porta-voz da CPR que os foguenses gostariam de ouvir o deputado nacional a exigir do executivo os compromissos assumidos com a ilha, como a construção de um centro de saúde em São Filipe para cuidados primários e descongestionar o hospital regional, construção de raiz do centro de saúde de Santa Catarina, melhoria dos postos de saúde nas vilas de Ponta Verde e Patim.
A colocação de mais médicos e outros profissionais de saúde no Centro de Saúde dos Mosteiros e colmatar as carências de médicos especialistas em várias áreas no Hospital Regional são outros compromissos do Governo para com a ilha, considerou.
A CPR apelou ainda ao Governo para dotar a Região Fogo/Brava de recursos humanos necessários, médicos, enfermeiros e outros profissionais, para satisfazer e responder às necessidades da população, porque, segundo o porta-voz, a “situação é preocupante e carece de uma resposta urgente”.
Recorda-se que na passada sexta-feira, 30 de Agosto, o Movimento para a Democracia (MpD), através do porta-voz do Conselho Regional do MpD e deputado nacional, Filipe Santos responsabilizou as câmaras de São Filipe e Mosteiros, presididas pelos autarcas do PAICV, pela proliferação de casos de dengue a nível da ilha.