São Filipe, 23 Fev (Inforpress) – O Presidente da República, José Maria Neves, considerou terça-feira, 22, após um encontro com os três presidentes das câmaras da ilha do Fogo, que o desenvolvimento é uma questão da sociedade e dos cidadãos.
Segundo o chefe de Estado, no processo de desenvolvimento, o Governo faz a sua parte, as autarquias, as empresas, os cidadãos a parte que lhes cabe, observando que é nesta perspectiva que se deve analisar o desenvolvimento e não colocar o foco apenas no Estado.
“Temos de sair desta lógica estatizante e empoeirar a sociedade, os cidadãos, as autarquias e mobilizar parceiros para a construção de uma dinâmica de desenvolvimento”, concretizou José Maria Neves, que indicou haver “muitas acções” que dependerão da governação do País.
“O Presidente da República tem por missão mobilizar a nação para o desenvolvimento nacional, local e regional e estarei a exercer a magistratura de influência lá onde for necessário”, reforçou.
O encontro com os presidentes das câmaras de Mosteiros, Santa Catarina do Fogo e São Filipe demorou cerca de uma hora e meia e, segundo o chefe de Estado, serviu para analisar os desafios da ilha para que a mesma possa ganhar “uma nova dinâmica, acelerar o ritmo de crescimento da sua economia” e realizar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentáveis no horizonte 2030.
A ilha tem desafios que se prendem com a infra-estruturação, nomeadamente da ampliação e modernização do aeroporto, ampliação do porto, infra-estruturas rodoviárias como a conclusão do anel rodoviário, mas também o desenvolvimento do turismo, através de incentivos para atracção de investimentos na área de turismo, agro-indústria, mas também o desenvolvimento do ensino superior e a busca de investidores para que a ilha consiga ganhar esta dinâmica.
Outro assunto analisado com os autarcas foi o programa “Presidência na ilha” que José Maria Neves pretende desenvolver no quadro da desconcentração das actividades e de promoção das diferentes ilhas, da mobilização da sociedade, autarquias locais, parceiros para enfrentar os desafios que se colocam e garantir o processo de aceleração do desenvolvimento.
Com os presidentes das câmaras foi analisada a melhor oportunidade da realização do programa, já que a ideia, explicou, é trazer autoridades, universidades, fundações e chamar atenção, durante um determinado período de tempo, para os desafios, levantar o espírito da própria ilha e criar uma atitude favorável ao desenvolvimento.
Em nome dos presidentes das autarquias, Nuías Silva referiu que o encontro com o Presidente da República foi uma oportunidade para passar em revisão alguns desafios do desenvolvimento presente da ilha do Fogo.
“Foi uma conversa serena, muita boa e frutífera, porque tivemos a oportunidade de mostrar a visão de políticas, municipais e nacionais, que a ilha precisa em termos de infra-estruturação económica para transformar as suas potencialidades em vantagens competitivas para o desenvolvimento”, referiu Nuías Silva, indicando que José Maria Neves socializou a perspectiva da “Presidência na ilha”, que pretende desenvolver e analisar as possíveis datas para a sua concretização.
Segundo o mesmo, com a “Presidência na ilha”, o chefe de Estado terá a possibilidade de constatar, no terreno, as questões de desenvolvimento dos três municípios e a oportunidade de atrair para a centralidade da ilha, algumas instituições da República, para, a partir do Fogo, poder analisar as perspectivas locais, regionais e nacionais e ver com mais atenção àquilo que são os desafios do desenvolvimento da ilha.
José Maria Neves, que visita a ilha na qualidade de presidente de honra das festividades do centenário da Cidade de São Filipe, voltou a afirmar que estará na ilha todos os meses neste quadro, além da “Presidência na ilha”, cuja data será proximamente fixada.
Hoje, o Presidente da República visita a Delegacia de Saúde de São Filipe e o Hospital Regional São Francisco de Assis, no período de manhã, e, à tarde, tem um encontro com os alunos do 11º e 12º ano da Escola Secundária Pedro Pires, em Ponta Verde, cujo tema é “Os jovens, as liberdades, a democracia e o desenvolvimento sustentável”.
O último ponto da sua visita é a participação na conferência sobre a língua materna, nas instalações da Casa da Memória.
