São Filipe, 23 Nov. (Inforpress) – Os emigrantes do município de Santa Catarina do Fogo espalhados pelo mundo já dispõem de um gabinete de apoio ao emigrante para ajudá-los na resolução dos seus problemas.
O gabinete de apoio ao emigrante está localizado no centro da cidade de Cova Figueira, sede do município, e a sua entrada em funcionamento aconteceu na tarde de quarta-feira com a sua inauguração, presidida pelo presidente da câmara de Santa Catarina do Fogo, Alberto Nunes.
Na ocasião, Alberto Nunes destacou que é “bom quando se trabalha em conjunto”, lembrando que a câmara municipal é o poder mais próximo do cidadão.
A instalação do gabinete de apoio ao emigrante, segundo o mesmo, surgiu da necessidade de criar as condições para facilitar a vida dos emigrantes, observando que todos sabem quais são as necessidades dos emigrantes e o que as instituições devem fazer para colaborar com os emigrantes para que a vida fica mais fácil nos países de acolhimento.
“Os emigrantes devem estar devidamente informados sobre seu município e o seu país (…) e acompanhar de perto as medidas e benefícios que são tomadas para os emigrantes e todos devem ter conhecimento e tirar proveito”, afirmou Alberto Nunes, sublinhando que hoje, as redes sociais é um meio importante para informar e preparar para enfrentar os desafios, mas ao mesmo tempo é um meio que desinforma e cria um conjunto de problemas na sociedade.
Por isso, exortou os emigrantes, ao em vez de irem às redes sociais para partilhar algo que uma pessoa que não está por dentro de um determinado assunto publica e reproduz como verdade, levou a edilidade a criar este gabinete de apoio ao emigrante que tem todas as ferramentas legais e credíveis para prestar informações aos emigrantes.
Alberto Nunes explicou que o gabinete de apoio ao emigrante está articulado com os Ministérios dos Negócios Estrangeiros, das Comunidades e da Família e Inclusão Social, porque, adiantou, existem determinados programas que são do Governo, mas que são implementados a nível local pelos municípios.
O presidente apontou como exemplo o programa do Ministério da Família que beneficia os deportados e que a nível local precisam de uma estrutura do género para ajudá-los a reintegrar e ressocializar, assim como acompanhá-los e dar-lhes oportunidades para reintegrar na sociedade.
Com o funcionamento do gabinete, os emigrantes que querem pagar, por exemplo, o IUP, e que enfrentam várias dificuldades, doravante podem fazê-lo através da plataforma que o gabinete vai disponibilizar aos emigrantes sem intermediação de terceiros.
Outro exemplo apontado pelo edil Alberto Nunes é a isenção que a câmara concede de 01 de Novembro a 31 de Dezembro de cada ano às pessoas que querem pintar as suas casas, mas que devido à falta de um canal de comunicação as pessoas que estão na emigração não tendo esta informação não aproveitam este incentivo e oportunidade, assim como os benefícios para os que querem investir no município.
O espaço contíguo ao gabinete de apoio ao emigrante será destinado a instalação de um centro interpretativo, o segundo a ser idealizado no município de Santa Catarina do Fogo depois do centro de interpretação da Reserva Mundial da Biosfera que está em fase de instalação na localidade turística de Chã das Caldeiras.
A inauguração do gabinete foi seguida de um encontro com os emigrantes onde a câmara prestou homenagem a três associações de emigrantes que têm trabalhado e apoiado o seu município, como o Projecto Zé Luís Solidário, Associação de Figueira Pavão e Associação Amor a Forapó que está a construir a estrada de desencravamento da baía de Forapó, a partir da comunidade de Fonte Aleixo-sul, numa distância de cinco quilómetros e meio.
Na ocasião Alberto Nunes disse que o município tem muitas dificuldades, mas também muitos recursos e potencialidades e que se cada um fizer a sua parte haverá condições para colocar Santa Catarina num outro patamar de desenvolvimento, sobretudo havendo a resolução do problema de transporte.