São Filipe, 12 Mar (Inforpress) – O presidente da Associação dos Municípios do Fogo e da Brava, Fábio Vieira, disse segunda-feira que os encontros da Rede de Reservas da Biosfera são oportunidades únicas para partilha de experiências e discussão de desafios comuns.
Fábio Vieira que deu as boas-vindas aos participantes do II Encontro da Rede de Reservas acrescentou ue a escolha do Fogo é o reconhecimento do valor único da biodiversidade da ilha e do papel fundamental que pode desempenhar na conservação da natureza e sustentabilidade da ilha e do País.
A nível da ilha e ao longo destes anos tem-se procurado promover medidas de política, em convergência com o Governo para garantir a melhor gestão das áreas protegidas e procurado a melhor compaginação possível entre aqueles que fazem da terra e do mar a sua fonte primeira de rendimento e sobrevivência e os necessários equilíbrios ambientais para que se possa garantir um futuro promissor para esta ilha.
“A cooperação e a coordenação dos desafios globais tais como os ambientais e climáticos são hoje muito mais eficazes, se a abordagem for colectiva e integradora”, sublinhou o também autarca dos Mosteiros.
Para o edil, a busca por uma voz comum através de uma plataforma de partilha e de convergência é uma necessidade premente que a Rede de Reservas da Biosfera da Unesco na CPLP supera.
O presidente da Associação dos Municípios do Fogo e da Brava observou que que o objectivo comum é a promoção e preservação das reservas.
Fábio Vieira disse que existe na ilha do Fogo uma perfeita noção sobre o impacto das medidas, legislativas e de regulamentação que se tem produzido, mas sobretudo a convicção que o verdadeiro engajamento das comunidades são o melhor instrumento para se proteger a fauna e a flora, as melhores práticas agrícolas e pesqueiras, com vista à proteção e incentivo ao uso responsável dos recursos naturais.
“Somos uma ilha com enormes potencialidades agrícolas e turísticas e temos igualmente a perfeita noção que tudo deve ser feito para que estas duas alavancas do desenvolvimento da ilha possam, a prazo, garantir maior sustentabilidade e favoreçam o crescimento económico de um modo mais acelerado de toda ilha”, afirmou.
Para o mesmo a disponibilidade do Presidente da República em presidir à abertura dos trabalhos sinaliza o forte comprometimento do Estado de Cabo Verde com a preservação ambiental e com o desenvolvimento sustentável que todos almejam, destacando a importância que o chefe de Estado atribui à cooperação entre os Países da CPLP.
Anabela Trindade, da Rede CPLP MaB explicou que as reservas são laboratórios, indicando que é composta por 24 reservas em seis países, sendo 12 em Portugal, sete no Brasil, duas em Cabo Verde (Fogo e Maio) e uma na Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe que representa uma “excelente amostra” da riqueza, ocupando no global uma área de 195 milhões de hectares e envolvendo 105 milhões de pessoas.
“Somos mais fortes quando trabalhamos juntos, partilhamos experiências, conhecimento, instrumentos, quando nos unimos uns aos ouros”, disse Anabela Trindade, acrescentando que “somos todos diferentes, mas todos iguais nos nossos objectivos”.
Segundo a mesma, a Rede das Reservas da Biosfera da CPLP MaB criou um espaço privilegiado e permanente de diálogo e afirmação dos países da CPLP em sectores decisivos de desenvolvimento baseado na conservação e no uso sustentável dos recursos naturais.
A adida cultural da Cooperação Portuguesa, Odete Serra, disse que as reservas da biosfera constituem um espaço privilegiado para a promoção do desenvolvimento assente na conservação e uso sustentável dos recursos naturais e na integração das comunidades locais em sintonia com agenda 2030 e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) procurando equilíbrio entre o homem e a biosfera, valorizando as preocupações sociais e ambientais.
A conciliação da dimensão ambiental com a dimensão económica permite gerar riqueza, emprego e fixar as pessoas nos seus territórios adoptando modelos de desenvolvimento e sustentabilidade, referiu a adida cultural, observando que o programa “o homem e a biosfera” da Unesco é um programa científico intergovernamental que tem como objectivo estabelecer base científica para melhoria das relações entre populações e meio ambiente.
“Este II Encontro da Rede CPLP (…) é uma prova viva de trabalho de parceria, de partilha, de aprendizagem, de estreitamento dos canais de comunicação e dos relacionamentos interpessoais”, disse Odete Serra.
A mesma reconheceu que subsistem desafios e o trabalho da Rede de CPLP ainda está longe de estar concluído, observando que Angola e Timor Leste ainda não têm Reservas da Biosfera Reconhecida pela Unesco, além de assegurar a visibilidade das reservas enquanto estratégia de sustentabilidade dos territórios.
Para Odete Serra o II Encontro da Rede CPLP será um marco importante na consolidação do projecto e do trabalho já desenvolvido, um momento de balanço e de reganhar ímpeto para as actividades ainda por concretizar.
Também o Secretário executivo da CPLP, Zacarias da Costa, participou da sessão de abertura através de uma mensagem-vídeo.