São Filipe, 11 Mar (Inforpress) – Seis dos oito países da Comunidade dos Povos da Língua Portuguesa, CPLP, que dispõe de reservas, participam a partir de hoje e durante uma semana no II Encontro da Rede de Reservas da Biosfera da Unesco.
Numa conferência de imprensa de antevisão dos trabalhos do II Encontro da Rede da CPLP MaB, Joana Dias, do secretariado executivo da Rede, disse que mais do que uma reunião e acções de capacitação, através de visitas técnicas que constam do programa, este encontro é um intercâmbio de experiências, de conhecimentos e de desafios que as reservas enfrentaram e continuam a enfrentar para melhorar a cada momento.
A Rede da CPLP MaB íntegra 24 reservas em seis dos oito países que falam o português com mais de 100 milhões de pessoas a habitarem nestas reservas, número que, segundo Joana Dias, honra a rede, mas deixa algumas responsabilidades.
A mesma fonte lembrou que o primeiro encontro aconteceu em 2022 e que a Reserva da Biosfera da Ilha do Fogo esteve presente e que disponibilizou para acolher o II encontro, salientando que apesar de todas as dificuldades logísticas os representantes das reservas dos seis países estão na ilha para participar do encontro.
“O grande objectivo da Rede CPLP MaB é dar espaços às reservas mais pequenas e mais recentes e fazer o II encontro numa das reservas mais recente da Rede CPLP MaB constitui uma honra”, disse Joana Dias, lembrando que as reservas do Fogo e do Maio foram reconhecidos em 2020 e tem inspirado o património da comunidade.
A mesma fonte destacou o facto da abertura dos trabalhos que vão decorrer ao longo de uma semana ser presidida pelo Presidente da República, advogando que “simbólica e politicamente é um privilégio para a Rede ».
A abertura contará ainda com mensagem do Secretariado Executivo da CPLP já que os primeiros passos da rede têm vindo a ser apoiado pela CPLP através de fundo especial, e com intervenção do adido da cooperação portuguesa e do presidente da Associação dos Município do Fogo e Brava.
Segue-se a apresentação do primeiro painel com intervenção do especialista António Abreu e dos presidentes das reservas da biosfera do Maio e Fogo, Miguel Rosa e Nuías Silva, respectivamente, moderado pelo director executivo da Associação Projecto Vitó, Herculano Dinis, e de uma amostra gastronómica e cultural.
Joana Dias disse ainda que o intercâmbio implica visita de terreno para troca de experiências das iniciativas-piloto que terão lugar nas diferentes reservas da biosfera, nas áreas do turismo sustentável, paisagens alimentares e os serviços de ecossistemas das reservas de modo a imprimir e motivar a todos a crescer e a consolidar a rede numa harmonia entre a preservação do património e o bem-estar das comunidades das reservas.
As visitas de terreno serão sobretudo para assegurar que os representantes das outras reservas possam conhecer os trabalhos que estão a ser desenvolvidos, porque, explicou, o objectivo é poder conhecer um pouco mais a reserva da biosfera do Fogo e alguns elementos importantes, através de vivência.
O presidente em exercício da Reserva da Biosfera do Fogo, Nuías Silva, por seu lado, classificou o II Encontro da Rede CPLP MaB de “importante” para troca de conhecimento e de experiência entre as várias reservas que compõem a Rede.
O objectivo, segundo o mesmo, é proporcionar e mostrar a todos os colegas das reservas dos diversos países aquilo que tem sido a implementação da Reserva da Biosfera do Fogo que juntamente com a Reserva do Maio, são as reservas mais recentes dentro da rede da CPLP.
Nuías Silva disse que através de visitas técnica para vários sítios dentro da reserva poderá mostrar aquilo que tem sido feito, sublinhando que no domingo, 10, os participantes que chegaram tiveram oportunidade de fazer uma pequena experiência na costa marítima de São Filipe, que faz parte da reserva que inclui toda a ilha mais cinco milhas marítimas, adiantando que está prevista visita aos municípios de Santa Catarina e Mosteiros.
Por sua vez, o presidente da Reserva da Biosfera da ilha do Maio, Miguel Rosa, destacou que a reserva ou os sítios que são reservas da Unesco tem a ver com a questão de partilha, não só de ganhos, mas de experiências, desafios e constrangimentos e que o II Encontro constitui um momento importante quer para a ilha do Fogo como a ilha do Maio.
“Quando falamos da reserva uma das funções tem a ver com apoio logístico e toda a questão de investigação, conhecimento científico e de senso comum, das pessoas e das gentes que vivem nas reservas, das que visitam essas reservas e com esses conhecimentos possamos implementar um desenvolvimento que se quer sustentável para as ilhas do Fogo e do Maio”, disse.
Por sua vez, o director executivo da Associação Projecto Vitó, “braço técnico” na fase inicial da implementação da reserva e da organização do II Encontro, Herculano Dinis, delineou os sítios que serão visitados como Parque Natural do Fogo, Chã das Caldeiras, Bordeira, Salinas e praia de Fonte Bila, a principal praia de nidificação e balnear da ilha.
Isto além da visita arquipelágica para conhecimento da extensão marítima da reserva e conhecer a riqueza da biodiversidade e a possibilidade de extensão a nível económico e turístico.
“A nossa expectativa é beber das experiências das reservas da biosfera dos seis países de CPLP que estarão representados e que o encontro sirva para capacitação técnica da equipa de Projecto Vitó”, declarou Herculano Dinis