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Forças Armadas/Estado-maior General pede julgamento dos suspeitos de envolvimento na alegada tentativa de golpe de Estado de 01 de Fevereiro 2022


  2 Avril      66        Société (46621),

 

Bissau,02 Abr 24(ANG) – O Estado-maior General das Forças Armadas, na voz do seu porta-voz, Samuel Fernandes diz estar preocupado com a crise política que se regista neste momento no país, por isso, pede ao poder judicial que crie mecanismos para o julgamento, o mais depressa possível, das pessoas suspeitas de envolvimento na alegada tentativa de golpe de Estado de 01 de Fevereiro de 2022.

Um grupo de militares e para-militares, entre os quais o antigo Chefe de Estado-maior da Armada, José Américo Bubu Na Tchuto se encontra detido a aguardar o julgamento, que chegou de ser marcado mas que foi adiado “sine die”.

Samuel Fernandes, prestava declarações à imprensa, segunda-feira, após uma visita às unidades da Base Aérea e Brigada Mecanizada 14 de Novembro, com o intuito de esclarecer aos militares sobre rumores de uma suposta tentativa de golpe de Estado, bem como sensibilizá-los para não se envolverem com os políticos.

O também chefe da Divisão Central da Inteligência Militar sublinhou que qualquer pessoa é suscetível de cometer crimes, participar ou ser acusado de ter feito alguma coisa, mas que quem deve esclarecer tudo é o Tribunal, pelo que é urgente fazer esse trabalho. “Quem sofre por último é a população, quando disparam as armas”, acrescentou.

Samuel Fernandes disse que o objetivo da visita é de sensibilizar os militares para estarem longe de querelas político-partidárias, frisando que está-se a assistir acusações e informações nas redes sociais em como o vice-chefe de Estado-maior do Exército, Baute Yante Na Man, fora detido.

“Não corresponde à verdade e alguns dizem que foi visto na casa de um político, ou seja, uma série de informações que têm como propósito desestabilizar a Guiné-Bissau”, salientou.

Fernandes referiu que já acompanhou algumas conferências de imprensa em que algumas pessoas invocaram questões tribais. Sustenta que, por isso é que estão a alertar a classe castrense que as Forças Armadas guineenses têm o princípio de unidade, “um por todos e todos por um”.

O vice-Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, Mamadu Turé, disse que os militares devem sentir pena de si mesmo, porque pegar em armas para lutar entre si próprios não é solução e que quem paga as consequências disso são os próprios militares que depois são detidos e colocados na prisão.

Diz que é preciso se afastarem dos políticos, caso contrário a Guiné-Bissau não terá estabilidade. Acrescentou que está bem claro e reconhecido que os políticos da Guiné-Bissau, quando não estão no poder, o governo não é bom como também o Presidente da República.

“Portanto, é preciso que os militares estejam unidos para garantirem a paz e a estabilidade, a fim de tranquilizarem os investidores”, aconselhou.

Mamadu Turé disse que os militares devem refletir bem e evitar serem mobilizados pelos políticos que depois, quando acontece algo anormal, acabam por recuar, deixando as consequência acima dos que perpetuaram o ato.

Acrescentou que quando um político convida um militar para fazer levantamento militar é preciso que tenha a coragem de denunciar o nome dele.

O Vice-Chefe de Estado-maior do Exército, Bauté Yanté Na Man, diz que a acusação de que foi alvo não corresponde à verdade porque ele não é uma pessoa violenta. Porque se existirem 100 oficiais na Guiné-Bissau que estão a pensar para que não haja guerra nem golpe de Estado, Baute Na Man faz parte desse grupo que pensa bem para o país.

“A Constituição da República está bem clara e costumo ler e vi a atribuição das Forças Armadas e o que devemos fazer. A sociedade castrense é vertical, e recebemos ordem do chefe. Se um militar pensa que pode sair e fazer o que quiser, deve preparar a sua retaguarda bem, caso contrário assumirá as consequências”, declarou .

Baute na Man diz que está sereno e tranquilo e que tudo o que se diz sobre ele não correspondem à verdade, e pede ao Estado-maior General das Forças Armadas para investigar e apresentar provas sobre a acusação de que terá sido visto na casa de um político.

Declarou que se não houver provas vai mover uma queixa-crime contra a pessoa que o acusara.

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