Santa Maria, 13 Set (Inforpress) – O primeiro-ministro considera que a nova geração dos painéis solares inaugurados quinta-feira, na ilha do Sal, faz toda a diferença relativamente àquilo que são os impactos, pela capacidade de produção, eficiência e tecnologia avançada.
Ulisses Correia e Silva fez essas considerações ao presidir ao acto de inauguração da Central Solar Fotovoltaica de 6 megawatt potência (Mwp), estimando-se uma produção anual de 10.808 Mwp.
Conforme o chefe do executivo, esses novos painéis solares vão permitir aumentar, na ilha do Sal, a taxa de penetração de energias renováveis para mais de 40 por cento (%), mas o objectivo é de até 2026 atingir-se mais de 30% de energias renováveis.
A ilha do Sal se encontra à frente, considerou.
“A nossa meta intermediária até 2030 é ultrapassarmos os 50% de produção de electricidade através de energias renováveis e com todos estes investimentos que estão em curso, sendo este um dos pacotes que integram os tais oito parques que vão permitir com que possamos aumentar significativamente a capacidade de produção de energias renováveis”, sublinhou.
Para o primeiro-ministro, com todos os impactos que isto tem a nível da economia, de uma forma agregada, a factura energética “seguramente” irá baixar por causa da substituição de importação.
“Aqui deixamos de importar combustíveis fósseis e mais do que isto, deixamos de estar expostos aos impactos e aos efeitos de choques externos que estão muito associados depois a fenómenos inflacionistas do aumento de preços de energia”, continuou.
“Este projecto só por si demonstra todas estas vantagens, como a redução do custo de produção de electricidade por energia renovável, solar, versus combustível fóssil ou energia térmica, ou seja, a poupança é evidente”, destacou o primeiro-ministro.
A mesma fonte concluiu afirmando que a poupança de combustível ultrapassa os 1,5 bilhões de euros por ano, o que é significativo para uma economia como a cabo-verdiana.
Por sua vez, o ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, disse que o Governo, em 2018, aprovou o Plano Director do Sector Eléctrico para o período de 2018-2030 e com visão para 2040.
Um plano, continuou, que orienta o Governo sobre necessidades de potência a serem contratadas, mas também sobre soluções, quer de capacidades de armazenagem, quer de soluções tecnológicas para a estabilização do sistema eléctrico a nível nacional.
“O Governo adoptou também como política a mobilização de parcerias privadas para a implementação do plano, e foi assim, que em finais de 2019, foi anunciado a necessidade de potência a serem contratadas na ilha do Sal”, disse.
Portanto, conforme o mesmo, em Janeiro de 2020, 22 empresas manifestaram interesse em participar neste processo para a instalação do painel solar na ilha do Sal, mas apenas oito foram pré-qualificadas.
Para o presidente do conselho de administração da Águas de Ponta Preta(APP), Norberto Larriba, “é com um grande orgulho que a maior central fotovoltaica do país está operativa” em 20 meses desde a assinatura do contrato e em um prazo de um ano e um mês de execução.
A nova Central Fotovoltaica da ilha do Sal, está configurada com 11.088 painéis de 545Wp unitária, 22 inversores, dois centros de transformação e um centro de controlo.
Está promovida pelo Governo de Cabo Verde, através do Ministério das Indústria, Comércio e Energias e foi adjudicada em 2022 mediante concurso público internacional à empresa APP Impulso Solar, que vai explorar a central por um período de 25 anos.
Estima uma produção anual de energias eléctrica em 10.808 MW e evitará a importação e o consumo de 2.527 toneladas de combustíveis fósseis a cada ano, evitando a emissão de gases com efeito estufa em cerca de 9.194 toneladas de dióxido de carbono ao ano.