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Legislativas 2021: Janira Hopffer Almada anuncia demissão do cargo de presidente do PAICV


  19 Avril      42        Politique (25166),

 

Cidade da Praia, 19 Abr (Inforpress) – A presidente do PAICV disse nesta noite eleitoral que vai apresentar nos próximos dias a sua demissão da presidência aos órgãos do partido como consequência do resultado das legislativas que ditaram a vitória ao MpD.
Janira Hopffer Almada revelou esta posição na sua primeira declaração à imprensa, por volta das 22:45, após a divulgação dos resultados provisórios das legislativas.
“A política não pode ser encarada com uma profissão, nem como carreira”, justificou a presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), daí, considerou, ser necessária esta tomada de posição “coerente e consequente”.
A líder do maior partido da oposição aproveitou o momento para “parabenizar o povo cabo-verdiano pelo cumprimento do seu dever cívico”, assim como o MpD e o seu presidente, Ulisses Correia e Silva, pela vitória nas eleições, salientando que “o povo é sempre soberano” e que “deve ser sempre respeitada” a sua vontade, “qualquer que ela seja”.
Disse esperar, doravante, que Cabo Verde tenha “bons tempos” na próxima governação, ao mesmo tempo que sublinhou a forma como foi “recebida na campanha, tanto no País como na diáspora.
A líder do projecto “Um Cabo Verde para todos” admitiu que pela votação o resultado da governação nos últimos cinco anos foi aprovado, asseverando que o PAICV tem uma visão diferente, mas que “aquilo que importa é a visão do Povo”, acrescentando que cabe àa sua força política “respeitar sem subterfúgio” o resultado do escrutínio.
Em relação à forma como o PAICV vence apenas o círculo eleitoral do Fogo a nível nacional, quando em Outubro último tinha conquistado inclusive todas as três câmaras municipais de Santiago Sul, Hopffer Almada disse que o facto de a luta ter sido “claramente desigual foi determinante” para o partido vencedor.
Quanto à taxa de abstenção, na ordem dos 41,09 por cento (%) a nível global, de acordo com os dados provisórios, disse que o País terá de fazer uma análise “muito séria e profunda” sobre o nível de democracia, os recursos utilizados e a forma como as pessoas são condicionadas, e questionou o porque de nos bairros mais vulneráveis haver situações “de todo inexplicáveis, que acontecem à luz do dia”.
“Havemos de chegar, ao nível da democracia, um dia em que cada cidadão exercerá o seu direito de voto sem nenhum tipo de condicionalismo e sem ser aliciado por nada. Sonho em conhecer este Cabo Verde”, rematou.
De acordo com os dados provisórios da CNE, o MpD venceu essas eleições legislativas com 108.560 votos, equivalente 49,01 % quando já são apuradas 97.2 por cento das mesas a nível global.
O MpD conta neste momento com 36 deputados, contra 28 do PAICV e quatro da UCID, quando restam ainda quatro dos seis deputados dos círculos da emigração por eleger.
Às legislativas do dia de hoje para eleição de 72 deputados, em 13 círculos eleitorais, dos quais dez no País e três na diáspora, concorreram seis partidos – PAICV, MpD, UCID, PTS, PSD e PP.
PAICV, MpD e UCID concorreram em todos os círculos, PP em seis círculos (Santiago Sul, Santiago Norte, Boa Vista e os três da diáspora), PTS também em seis círculos (São Vicente, Santiago Sul, Santiago Norte e três diáspora), e PSD em quatro círculos (Santiago Norte, Santiago Sul, América e África).
As últimas eleições legislativas em Cabo Verde ocorreram no dia 20 de Março de 2016, tendo o Movimento para a Democracia (MpD) vencido com maioria absoluta, ao eleger 40 deputados, o PAICV 29 e a UCID três.
SR/AA
Inforpress/Fim

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