Cidade da Praia, 13 Abr (Inforpress) – O cabeça-de-lista da UCID para a África, António Tavares, está a privilegiar as plataformas digitais para levar uma mensagem de “inovação e alternativa” ao eleitorado, embora reconheça que muitos cabo-verdianos não têm acesso à internet.
“Estamos a criar conexões com pessoas individuais e colectivas, no sentido de fazerem contactos perto das comunidades e levar uma mensagem de inovação e alternativa”, afirmou o número um da lista da União Cabo-verdiana Democrática e Independente (UCID), lamentando aquilo que ele designa de “instrumentalização” das comunidades cabo-verdianas em África.
Falando à Inforpress, afirmou que vai fazer com que as comunidades da diáspora africana entendam que a voz que, agora, está surgir é a “voz da salvação e da dignidade”, pelo que “devem apostar e escolher esta voz”.
“Vamos apostar bastante na comunicação online e, também, estamos a contactar os órgãos de comunicação social nos países onde a comunidade cabo-verdiana é expressiva”, notou o cabeça-de-lista dos democratas cristãos, com apelo às embaixadas de Cabo Verde nesses países de acolhimento a porem de parte as “pretensões político-partidárias que durante muitos anos assolaram a realidade diplomática”, comportamentos esses que ele considera de “anti-sentido de Estado”.
Se for eleito, no Parlamento prometeu “impor a ordem e exigir respeito pela Constituição da República”.
Garantiu, por outro lado, lutar pelo Estado de Direito e princípios pela “igualdade de oportunidades, além de uma “vivência quotidiana e não uma falácia teórica”.
Na sua opinião, os órgãos de comunicação social deviam promover um debate entre os cabeças-de-listas pelo círculo eleitoral da África.
Este candidato faz questão de sublinhar que integra uma “lista independente”, apoiada pela UCID.
“Os independentes não podem ser deputados no Parlamento sem ter o apoio de um partido. Os partidos, para mim, são indiferentes, mas constituem um meio para levar a minha voz a fazer a radiografia social e fazer vincar o princípio da coerência, ético-moral e jurídico”, precisou António Tavares.
Segundo ele, preferiu representar as comunidades cabo-verdianas em África, onde, salientou, os problemas são “extremamente delicados”.
Na sua mensagem, António Tavares apelou aos cabo-verdianos, para no dia 18 de Abril, optarem pela “mudança profunda” em Cabo Verde e na diáspora.
O candidato dos democratas cristãos assegurou que já fez um “levantamento” dos problemas que aflige os emigrantes cabo-verdianos.
“Muitos desses problemas vêm de muito longe, ou seja, desde o momento da independência”, indicou, acrescentando que a UCID tem o sentido de “pertença a Cabo Verde”, assim como o “mundo de oportunidades que existem na nossa África”.
Assim, propõe que o Estado de Cabo Verde entabule um processo de diálogo com os países de acolhimento da diáspora cabo-verdiana em África.
“Temos que pôr fim ao sentimento de abandono de desprotecção das nossas comunidades”, anunciou Tavares.
Revelou que, por falta de meios financeiros, é obrigado a fazer campanha partir da cidade da Praia, onde reside, através das redes sociais.
Ao todo, a nível da diáspora, são eleitos seis deputados, sendo dois para a Europa e resto do mundo, dois para a África e dois para América.
Às legislativas do dia 18 de Abril, para a eleição de 72 deputados em 13 círculos eleitorais, dos quais 10 no País e três na diáspora, concorrem seis partidos – PAICV, MpD, UCID, PTS, PSD e PP.
PAICV, MpD e UCID concorrem em todos os círculos, PP em seis círculos (Santiago Sul, Santiago Norte, Boa Vista e os três da diáspora), PTS também em seis círculos (São Vicente, Santiago Sul, Santiago Norte e os três da diáspora) e PSD em quatro círculos (Santiago Norte, Santiago Sul, América e África).