Cidade da Praia, 05 Out (Inforpress) – O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, apontou esta terça-feira a necessidade de fomentar, a partir da Unesco, o desenvolvimento das indústrias criativas e do sector cultural como um bem essencial público em todas as nações.
Abraão Vicente fez estas afirmações durante a conferência de imprensa de balanço da participação de Cabo Verde na Conferência Mundial sobre as Políticas Públicas do sector Cultural e Desenvolvimento Sustentável – Mondialcult 2022, que decorreu de 28 a 30 de Setembro, no México.
De acordo com o governante, a necessidade de fomentar a partir da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o desenvolvimento das indústrias criativas e do sector cultural como um bem essencial público em todas as nações é uma das recomendações saídas da declaração final do evento.
“A conferência mundial da cultura incentiva e pede ao secretário-geral das Nações Unidas para que se adopte e se crie um objectivo concreto para a cultura que tem sido tratada como algo transversal a todos os outros objectivos, e no México fica marcado esse pedido concreto às Nações Unidas para que haja a construção de um novo objectivo de desenvolvimento sustentável dentro daquilo que é a plataforma dos ODS para a cultura”, declarou.
Segundo Abraão Vicente, o evento ficou marcado pela tomada de decisão por parte dos ministros da Cultura e dos governos da área responsável pela cultura em reafirmar a centralidade da cultura no desenvolvimento dos países e das nações.
“Reconheceu, no México, que os ODS aprovados pelas Nações Unidas e implementados pelas nações deixaram a cultura para trás quando, de certa forma, o lema das Nações Unidas era não deixar ninguém para trás”, indicou, afirmando que a cultura não é um bem fora do cabaz essencial do desenvolvimento.
Cabo Verde, conforme o ministro, fez recomendações muito concretas na conferência, com destaque para o futuro das indústrias criativas, a necessidade de esclarecimento e uma larga difusão do próprio conceito das indústrias criativas, o facto de estar alavancado ao conceito de propriedade intelectual e de direitos de autor.
“Chamei a atenção ao facto de os países terem de ter o mesmo quadro legal para que a propriedade intelectual seja respeitada dentro daquilo que são os padrões jurídicos internacionais, alertei para o facto de haver um maior envolvimento da comunidade criativa”, precisou, realçando o encontro propôs ainda a aposta na tecnologia de larga escala para que os conteúdos artísticos nacionais possam ser inseridos e monetizados nas tecnologias.
Abraão Vicente informou ainda que o apelo dos governantes no México foi no sentido da Unesco fazer um trabalho junto dos governos nacionais para que haja uma consciência de que a cultura deve ser financiada a outro nível, reconhecendo que isso não é um problema só de Cabo Verde.
A Conferência Mundial sobre as Políticas Públicas do Sector Cultural e Desenvolvimento Sustentável, denominado Mondialcult, é um evento promovido pela Unesco e este encontro acontece 40 anos após a primeira edição realizada em 1982, também no México.
Tratou-se de uma conferência intergovernamental de nível ministerial, categoria II, que reúne mais de 100 ministros da Cultura e milhares de profissionais da área para traçar um novo roteiro mundial para as políticas culturais.