Cidade da Praia, 13 Nov (Inforpress) – O representante residente do PNUD, UNFPA e Unicef em Cabo Verde, David Matern, disse hoje que a incidência da dengue praticamente duplicou nos últimos 20 anos, alertando para necessidade de uma resposta “firme, concertada e estratégica” de combate.
David Matern, que falava em conferência de imprensa na cidade da Praia sobre o combate à dengue, avançou que foram reportados até o mês de Agosto deste ano mais de 12,3 milhões de casos a nível global, em comparação com os 6,5 milhões registados no ano de 2023.
O que significa, elucidou, “números alarmantes” que comprovam o aumento da doença impulsionada pelas alterações climáticas, que propiciam a proliferação do mosquito transmissor da doença.
Estas doenças, alertou, representam uma ameaça crescente para a saúde pública, com “impactos significativos” não somente na saúde, mas também nas condições socioeconómicas das famílias.
Para o combate do vírus, defendeu ser necessário uma resposta “concertada, estratégica, multissectorial e multidisciplinar” em todos os níveis e que seja “eficaz e sustentável”.
Respostas, realçou, que requerem um esforço dos governos, das organizações internacionais, parceiros de desenvolvimento, da sociedade civil e da própria comunidade.
No contexto global, disse que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem destacado a importância de estratégias integradas para o controle de doenças como a dengue, a zika e o chikungunya.
Em Cabo Verde, garantiu que o Sistema das Nações Unidas tem trabalhado em “estreita colaboração” com o Governo, contribuindo para as respostas a esta emergência de saúde pública.
Desde a primeira hora deste surto, reforçou, têm-se mobilizado assistência técnica com a presença de especialistas em entomologia, laboratório e epidemiologia, além de recursos financeiros, visando implementar as acções definidas pelas autoridades.
Por outro lado, acrescentou, foram alinhados esforços com o Plano Nacional de Contingência, apoio técnico e financeiro a comunicação de risco, envolvimento comunitário e intervenções nas escolas para capacitar as crianças a tomarem medidas preventivas.
“Nesta luta precisamos sempre de um esforço contínuo e coletivo para alcançar um impacto duradouro. A comunidade deve ter a percepção do risco e assim tomar medidas para proteger a sua saúde”, finalizou, avançando ser fundamental escutar as pessoas afectadas pela doença.
