Lisboa, 25 Abr (Inforpress) – O embaixador de Cabo Verde em Portugal considera que ouvir o funaná ser tocado numa cerimónia do 25 de Abril representa uma ligação “muito estreita” entre os dois países e a “pujança” da cultura cabo-verdiana.
Eurico Monteiro reagia, em declarações à Inforpress, em Lisboa, ao funaná “Sol diManhan”, de Dany Silva, tocado pela Orquestra Geração, e que foi aplaudido de pé pela plateia, no arranque das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, que contou com momentos musicais, poesia e discursos.
“Representa uma ligação muito estreita entre Cabo Verde e Portugal, quando numa cerimónia tão importante do 25 de Abril, momento alto que reúne um consenso nacional e seguimentos de toda a sociedade, político, militar, económico, social e cultural, Cabo Verde é simbolicamente representada através da sua música, neste caso, funaná”, considerou.
Para o embaixador, o momento é “um exemplo quase que perfeito de sintonia entre Cabo Verde e Portugal”, da integração da comunidade cabo-verdiana e da “absorção de um seguimento muito importante da cultura cabo-verdiana, que é a música.
“Significa também a pujança da cultura cabo-verdiana e a pujança da música, mostrando que a música cabo-verdiana tem se infiltrado um pouco pelo mundo fora e tem conquistado corações e várias plateias, e constitui um grande factor de valorização da música cabo-verdiana”, frisou.
Eurico Monteiro lembrou, ainda, que o 25 de Abril de 1974, denominado de Revolução dos Cravos, foi o momento da abertura política e da democracia e um “momento-chave” para acelerar o processo da independência nacional.
“Tem também este significado, ou seja, abriu as portas a um diálogo de igual, mais intenso e mais fraterno entre povos que são irmãos e entre Estados que são independentes”, concluiu.
As comemorações dos 48 anos do 25 de Abril de 1974 acontecem um pouco por todo Portugal, com várias actividades, como exposições, concertos, sessões solenes, caminhadas e inaugurações, entre outras.
A Comissão dos 50 anos do 25 de Abril arrancou com as comemorações e nos próximos dois anos várias iniciativas serão concretizadas para assinalar meio século da abertura política em Portugal, mas que deverá envolve os países ex-colónias portuguesas.
A revolução de 25 de Abril de 1974 depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente em Portugal desde 1933, quando o Movimento das Forças Armadas (MFA) derrubou o regime de ditadura.