Cidade da Praia, 08 Abr (Inforpress) – O líder do Grupo Parlamentar (GP) do PAICV- oposição, Rui Semedo, considerou hoje “inútil” a Conferência Internacional sobre liberdade, democracia e boa governança, afirmando que não passa de “propaganda e de promoção da imagem do Governo”.
Em conferência de imprensa, o líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-oposição) afirmou que a conferência internacional que acontece na ilha do Sal não promove a imagem, não contribui para a qualificação da democracia e não muda a prática e as atitudes, e neste caso o país permanece na mesma com os “problemas”.
“Estamos de acordo que nós temos uma democracia que em termos de regra cumpre, temos eleições regulares, mandatos regulares, com cidadãos a participarem nas eleições e partidos também a participarem nas eleições, no entanto há falhas na qualidade da governação e na cultura política e democrática e na participação política”, disse, acrescentando que é preciso investir para melhorar o desempenho democrático.
Para o líder da oposição, a melhor promoção da imagem do país que se deve fazer é investir na qualidade de vida dos cabo-verdianos e melhorar o seu nível de participação.
Rui Semedo confirmou, no entanto, que foi feito um convite geral a todos os deputados do partido e não houve um convite directo ao líder do partido.
Referiu também que não foi atribuído nenhum papel a “ninguém da oposição” para fazer uma comunicação na conferência para também dar a conhecer a leitura do PAICV à comunidade internacional, referente à democracia, considerando que se tratava de mais uma figura de “corpo presente” sem ter uma comunicação própria sobre a qualidade da democracia.
Conforme referenciou, a oposição “não perde” neste acto de “propaganda de marketing”.
“A oposição muitas vezes é discriminada, não é chamada, a oposição muitas das vezes não tem acesso às informações, portanto nós não estamos disponíveis para este tipo de jogo, vender uma boa imagem e tratar-nos de forma discriminada e sem respeito internamente”, disse.
Assegurou o deputado que para se ter democracia, liberdade e boa governação há que se fazer uma gestão “séria, rigorosa e transparente” dos recursos públicos, de igual modo prestar contas com transparência, reconhecer os erros e as falhas e responsabilizar os prevaricadores.
“Se quisermos ter democracia, liberdade e boa governação temos que responsabilizar ministros que escondem relatórios de inspecções públicas, encobrindo irregularidades graves e nocivas dos interesses públicos”, declarou.
A ilha do Sal acolhe nos dias 08 e 09 de Abril uma conferência Internacional intitulada “Liberdade, democracia e boa governança: Um olhar a partir de Cabo Verde”, com a presença de entidades nacionais e internacionais.