Cidade da Praia, 08 Jan (Inforpress) – O ministro dos Negócios Estrangeiros, José Filomeno Monteiro, afirmou hoje que a política externa de Cabo Verde tem pautado pela paz, estabilidade e cooperação com ênfase, sobretudo, na preservação e fortalecimento de parcerias que promovem o desenvolvimento nacional.
O chefe da diplomacia cabo-verdiana falava na intervenção inicial na primeira sessão ordinária do ano da Assembleia Nacional, que vai decorrer até sexta-feira, indicado pelo grupo parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD – poder).
De acordo com José Filomeno Monteiro, não obstante as limitações territoriais e de recursos naturais, Cabo Verde goza de uma posição estratégica com oportunidades únicas e “desafios consideráveis” por estar entre os continentes da África, América e Europa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional avançou que nos últimos anos, o país tem procurado intensificar e diversificar as relações externas, visando a cooperação económica e o intercâmbio cultural, a colaboração científica e tecnológica, assim como a promoção da segurança regional.
A posição geográfica privilegiada aliada a um quadro institucional democrático e estável, conforme destacou, têm permitido a actuação do arquipélago como uma ponte de ligação entre diferentes culturas, ressaltando que a promoção de um ambiente de investimento atrativo e a capacitação dos recursos humanos são elementos chaves para elevar o país a novos patamar no cenário global.
No entanto, segundo José Filomeno Monteiro, a vulnerabilidade económica, a dependência de importações e o impacto das mudanças climáticas são situações que “exigem” de Cabo Verde uma abordagem “mais concertada e colaborativa” com os parceiros internacionais e internos.
Por isso, defendeu ser imperativo a diáspora continuar a fortalecer as relações com os tradicionais parceiros, ao mesmo tempo que explora novas oportunidades de cooperação com países emergentes e organizações internacionais.
Conforme acrescentou o chefe da diplomacia cabo-verdiana, a diáspora desempenha um “papel crucial” sendo uma “ponte vital” para o intercâmbio cultural e económico.
Ao analisar as relações externas, José Filomeno Monteiro recomendou ser importante abordar as dimensões da integração regional sendo que Cabo Verde, como membro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), deve reforçar a presença e influenciar os debates em áreas como comércio, segurança e mobilidade, encontrando equilíbrio entre as oportunidades e as particularidades insulares.
Outra dimensão, apontou o governante, abrange as parcerias bilaterais e multilaterais, visto que o relacionamento com parceiros estratégicos como Portugal, União Europeia, os EUA e a China, continuam a ser “pilar essencial” para o desenvolvimento do país.
“Temos áreas de sobras para fazer a oposição, temos o emprego, o crescimento, os níveis de cuidado de saúde que muitas vezes sofrem críticas porque as expectativas mudaram, mas deixemos as relações externas porque essa é a nossa fonte de fluxo e desenvolvimento”, sublinhou, enaltecendo a cooperação das instituições como as Nações Unidas e o Banco Mundial.