Mindelo, 30 Set (Inforpress) – O parque solar em construção na ilha de São Vicente vai injectar na rede, partir de Fevereiro de 2025, mais 12% de energia limpa e ultrapassar a previsão inicial de 40% do Governo a nível nacional.
A informação foi avançada pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, quando, na noite de domingo, 29, visitava as obras de construção do parque solar de São Vicente, o qual se desenvolve por oito hectares, nas traseiras do cemitério de Norte de Baía das Gatas, num investimento de cerca de 420 mil contos.
“Temos metas ambiciosas a nível nacional de podermos em 2026 ultrapassar 30% de penetração de energias renováveis na produção de electricidade, mas com este parque solar aqui em São Vicente salta para 40% e vai ultrapassar a previsão do Governo a nível nacional”, concretizou Ulisses Correia e Silva.
Só este projeto de São Vicente, continuou o chefe do Governo, irá representar entre 150 a 200 mil contos de impacto, ainda por cima, frisou, energia limpa e contribuição do país para a redução da emissão de carbono, embora, lembrou, em Cabo Verde o efeito das energias renováveis é económico.
“Quando atingimos a meta dos 50% ou superior estaremos mais protegidos das crises internacionais de preços de combustível/energia”, assinalou Ulisses Correia e Silva, para quem São Vicente está “no bom caminho” com este projecto.
A convicção do chefe do Governo, conforme o próprio, é que no próximo ano as populações poderão começar a sentir um impacto que, depois quando ultrapassados os 50% de penetração, haverá então “impactos reais” na tarifa que o consumidor lá em casa paga e na tarifa para o consumo para a actividade económica.
Um outro impacto, indicou, é que vai permitir que o país, com a entrada em funcionamento dos diversos parques solares, reduza “de forma significativamente” a importação de combustível, já que, finalizou, praticamente tudo o que se produz em electricidade depende do fuel, nos automóveis de gasolina e gasóleo, portanto há ainda o impacto na balança de pagamentos.
Dados avançados pelo representante da Águas da Ponta Preta, promotor do investimento em São Vicente, indicam que quando estiver concluído o parque vai injetar energia na rede no valor de 40 mil contos e poupar anualmente na ordem de 150 mil/200 mil contos de combustíveis.
Em 2023, a penetração de energias renováveis na rede foi de 29,3% e esta central, que deve iniciar a produção em Fevereiro de 2025, vai injetar mais 12% na rede e fazer ultrapassar os 40% previstos.
Relativamente às obras, neste momento estão montadas 20% das mesas que vão suportar os painéis solares e ainda esta semana as equipas serão reforçadas para o início da colocação dos painéis.
Em Dezembro toda a estrutura será montada e em Fevereiro dá-se início à produção, um salto significativo para a independência energética do país, segundo a mesma fonte.