Porto Novo, 01 Fev (Inforpress) – Cerca de 30 agricultores da Ribeira dos Bodes, interior do Porto Novo, Santo Antão, alertaram hoje para os “avultados prejuízos” registados este ano a nível da batata comum, que podem rondar os dois mil contos.
Tratam-se dos agricultores do perímetro agrícola de Chã de Casa, onde existe um furo equipado com um sistema fotovoltaico que neste período do ano, em que faz “pouco sol” na Ribeira dos Bodes, não tem funcionado, explicou o porta-voz dos lavradores, Augusto Sancha.
Esta situação já resultou na perda de toda a cultura de batata comum nesse perímetro agrícola, avisou.
“Os prejuízos são enormes e podem ultrapassar os dois mil contos”, notou este agricultor, para quem “a situação é muito difícil” para estes produtores agrícolas, que passam até 22 dias sem irrigar as suas parcelas, já que o furo não consegue funcionar com o sistema fotovoltaico.
A saída para esta situação, segundo a mesma fonte, seria equipar este furo com energia eléctrica convencional a partir da rede pública, uma preocupação que a delegação do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) já conhece “há muitos anos”, lembrou.
O furo, quando há sol, produz entre 70 e 80 toneladas de água durante oito horas, quantidade que permite “perfeitamente” irrigar as parcelas, mas nesta época do ano, fica “praticamente parado, porque o tempo está sempre abafado” explicou Augusto Sancha, pedindo ao MAA para ajudar os lavradores a resolverem esta questão.
O delegado do MAA no Porto Novo, Joel Barros, esclareceu à Inforpress que a responsabilidade de instalar a luz eléctrica convencional neste furo é dos agricultores, que devem, para o efeito, assinar o contrato com a Empresa de Electricidade e Água (Electra).
O MAA fez o que lhe competia que foi instalar um “inversor” neste furo, cabendo aos agricultores, na qualidade de utente, requerem à Electra a ligação da energia eléctrica convencional, avançou Joel Barros, prometendo, porém, intervir junto desta empresa para “agilizar o processo”.