Praia, 30 Set (Inforpress) – O candidato às eleições presidenciais Gilson Alves assegurou que vai fazer uma campanha “para impressionar” e assim conseguir a mudança que “deve ser feita” no sistema político cabo-verdiano e concretizar um “regime presidencialista”.
O candidato deve arrancar as actividades de campanha na tarde desta sexta-feira, em São Vicente, ilha onde cresceu, mais concretamente na zona de Chã de Faneco, Ribeirinha, com uma programação que considerou ser “cinematográfica”.
Gilson Alves explicou que organiza o evento com os locais da zona, que, entre outras actividades, devem carregar 50 tochas e 50 bandeiras e depois perfilarem-se na praça da zona, em duas fileiras, por onde este passará e depois terminar com um “pequeno discurso”.
“Queremos impressionar e replicar este evento em todas as ilhas que vão ser percorridas com uma tocha que vai passar de mão em mão e assim simbolizar a luta do cabo-verdiano, que nunca desiste”, sustentou.
Gilson Alves garantiu que nesta primeira fase da campanha fará “de tudo” para ser conhecido em todo o Cabo Verde, isto porque, admitiu, ainda é mais conhecido na região norte do País, mas espera “mudar este cenário”.
“Entrei nestas eleições para ganhar, mas sei que os resultados podem ser imprevisíveis e nem sei que ouvidos vão me ouvir e compreender, mas asseguro que a base política que estou a criar não vai ficar por aqui”, reiterou, com a convicção de querer ser um “presidente autoritário e forte”.
“Quero ser um presidente autoritário e nunca disse que seria ditador e sanguinário, mas sim, quero ser um presidente forte que quando fala possa ser ouvido por todos”, reiterou.
Questionado sobre o cumprimento das medidas sanitárias durante a campanha, Gilson Alves garantiu ressalvar “todas as exigências”, começando por uma equipa pequena de “apenas três pessoas”, que vão trabalhar com os locais de cada uma das ilhas, que também devem usar máscaras e manter o distanciamento social em todas as actividades.
O candidato criticou, por outro lado, a falta de transporte, tanto marítimos como aéreos, para os candidatos conseguirem percorrer todas as ilhas nestes 15 dias de campanha.
“Acho que a Cabo Verde Interilhas deveria fretar um barco para fazer o percurso entre as ilhas somente para as campanhas eleitorais e assim permitir aos candidatos estarem pelo menos um dia em cada ilha”, advogou, questionando “como fazer campanha, se não há barcos nem aviões”.
Nas presidenciais do dia 17 de Outubro, nos dois círculos eleitorais, nacional e estrangeiro, concorrem sete candidatos: Fernando Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.
As últimas eleições presidenciais em Cabo Verde ocorreram no dia 02 de Outubro de 2016, com três candidatos (Albertino Graça, Jorge Carlos Fonseca e Joaquim Monteiro). Venceu Jorge Carlos Fonseca na primeira volta para um segundo mandato, com 74% dos votos.