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Saúde Materna/”Uma mulher morre em cada dois minutos devido a uma gravidez ou parto”, dizem Agências da ONU


  3 Mars      50        Santé (15362),

 

Bissau,3 Mar 23 (ANG)– A cada dois minutos, uma mulher morre durante a gravidez ou no parto, de acordo com as últimas estimativas divulgadas recentemente num relatório das agências das Nações Unidas.

Neste relatório as tendências da mortalidade materna revelam alarmantes retrocessos para a saúde da mulher nos últimos anos, uma vez que as mortalidades maternas aumentaram ou estagnaram em quase todas as regiões do mundo.

« Embora a gravidez deve ser um período de imensa esperança e uma experiência positiva para todas as mulheres,  é ainda, tragicamente, uma experiência chocantemente perigosa para milhões de mulheres em todo o mundo que não têm acesso aos cuidados de saúde de qualidade e digno », disse o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Director-Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Diz que estas novas estatísticas revelam a necessidade urgente de assegurar que todas as mulheres e raparigas tenham acesso aos serviços de saúde vitais antes, durante e após o parto, e que possam exercer plenamente os seus direitos reprodutivos.

O relatório, que acompanha as mortalidades maternas a nível nacional, regional e global de 2000 a 2020, estima que houve 287 000 óbitos maternos em todo o mundo em 2020,  o que marca apenas um ligeiro decréscimo em relação aos 309 000 em 2016, quando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU entraram em vigor.

Embora o relatório apresenta alguns progressos significativos na redução da mortalidade materna entre 2000 e 2015, os ganhos foram em grande parte estagnados, ou em alguns casos até invertidos, após este período.

Em duas das oito  regiões da ONU – Europa e América do Norte, e América Latina e Caraíbas – a taxa de mortalidade materna aumentou de 2016 a 2020, em 17% e 15% respetivamente. Noutras regiões, a taxa estagnou. O relatório assinala, no entanto, que é possível fazer progressos. Por exemplo, duas regiões – Austrália e Nova Zelândia, e Ásia Central e Meridional – registaram quedas significativas (de 35% e 16%) nas suas taxas de mortalidade materna durante o mesmo período, tal como aconteceu com 31 países em todo o mundo.

« Para milhões de famílias, o milagre do parto é marcado pela tragédia dos óbitos maternos », disse a Diretora Executiva do UNICEF, Catherine Russell que acrescenta que  nenhuma mãe deveria ter de temer pela sua vida enquanto traz um bebé ao mundo, especialmente quando existem conhecimentos e ferramentas para tratar complicações comuns.

“A equidade nos cuidados de saúde dá a cada mãe, não importa quem sejam ou onde estejam, uma oportunidade justa para um parto seguro e um futuro saudável com a sua família », reforçou Russell.

Em geral, as mortes maternas continuam em grande escala concentradas nas partes mais pobres do mundo e nos países afetados por conflitos. Em 2020, cerca de 70% de todas os óbitos maternos ocorreram na África Subsaariana.

Em nove países que enfrentam graves crises humanitárias, as taxas de mortalidade materna foram mais do dobro da média mundial (551 mortes maternas por 100 000 nados-vivos, em comparação com 223 a nível mundial).

« Este relatório constitui mais um lembrete da necessidade urgente de duplicar o nosso compromisso com a saúde das mulheres e adolescentes », disse Juan Pablo Uribe, Diretor Global de Saúde, Nutrição e População do Banco Mundial, e Diretor do Fundo de Financiamento Global.

Salienta que com uma ação imediata, mais investimentos em cuidados de saúde primários e sistemas de saúde mais fortes e resilientes, pode-se  salvar vidas, melhorar a saúde e o bem-estar, e fazer avançar os direitos e oportunidades das mulheres e adolescentes.

As hemorragias graves, tensão arterial elevada, infeções relacionadas com a gravidez, complicações do aborto inseguro, e condições subjacentes que podem ser agravadas pela gravidez (tais como VIH/SIDA e malária) são as principais causas de mortalidade materna e todas elas, indica o relatório, são amplamente evitáveis e tratáveis com acesso a cuidados de saúde de alta qualidade.

Os cuidados primários de saúde centrados na comunidade podem satisfazer as necessidades das mulheres, crianças e adolescentes e permitir o acesso equitativo aos serviços indispensáveis, tais como partos assistidos e cuidados pré e pós-natais, vacinação das crianças, nutrição e planeamento familiar. No entanto, o subfinanciamento dos sistemas de cuidados de saúde primários, a falta de profissionais de saúde formados e as fracas cadeias de aprovisionamento de produtos médicos estão a ameaçar o progresso.

Cerca de um terça das mulheres não têm sequer quatro das oito consultas pré-natais recomendados ou recebem cuidados pós-parto, enquanto cerca de 270 milhões de mullheres não têm acesso aos métodos modernos de planeamento familiar.

De acordo com as agências da ONU, exercer o controlo sobre a  saúde reprodutiva – particularmente as decisões sobre se e quando ter filhos – é fundamental para assegurar que as mulheres possam planear e espaçar a gravidez e proteger a sua saúde.

As desigualdades relacionadas com rendimentos, educação, raça ou etnia aumentam ainda mais os riscos para as mulheres grávidas marginalizadas, que têm o menor acesso aos cuidados de maternos essenciais, mas têm maior probabilidade de experimentar problemas de saúde subjacentes na gravidez.

« É inaceitável que tantas mulheres continuem a morrer desnecessariamente durante a gravidez e o parto. Mais de 280.000 óbitos num único ano é inimaginável », disse a Diretora Executiva do UNFPA, Dra. Natalia Kanem.

« Podemos e devemos fazer melhor, investindo urgentemente no planeamento familiar e preenchendo a escassez global de 900.000 parteiras, para que cada mulher possa ter os cuidados necessários para salvar vidas. Temos os instrumentos, conhecimentos e recursos para acabar com as mortalidades maternas evitáveis; o que precisamos agora é da vontade política », sustentou Kanem.

Para John Wilmoth, diretor da Divisão da População do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais, a redução da mortalidade materna continua a ser um dos mais prementes desafios de saúde global.

« Acabar com as mortalidades maternas evitáveis e proporcionar o acesso universal a cuidados de saúde materna de qualidade requer esforços sustentados a nível nacional e internacional e compromissos inabaláveis, particularmente para as populações mais vulneráveis.  É a nossa responsabilidade coletiva assegurar que todas as mães, em todo o lado, sobrevivam ao parto, para que ela e os seus filhos possam prosperar ».

O relatório das agências da ONU conclui que o mundo deve acelerar significativamente o progresso para atingir os objetivos globais de redução da mortalidade materna, ou então arriscar a vida de mais de 1 milhão de mulheres até 2030.

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