Cidade da Praia, 28 Jul (Inforpress) – A directora Nacional de Saúde, Ângela Gomes, disse hoje que a taxa de incidência das hepatites virais tem diminuído ao longo dos anos em Cabo Verde.
“No último ano, o relatório estatístico de 2021 apontou somente 99 casos de hepatites contra 250 casos em 2018, pensamos que essa taxa tem tendencialmente estado a diminuir ao longos dos anos”, avançou esta responsável de saúde, na abertura do Seminário intitulado “Hepatites Virais Informar Sensibilizar e Consciencializar”, que decorreu na cidade da Praia, no âmbito da celebração do Dia Mundial das Hepatites Virais.
Segundo disse, a média de incidência das hepatites tem-se oscilado ao longo dos anos no país, com alguns avanços, considerando que a cobertura vacinal é “altíssima” em Cabo Verde, e que, mesmo assim, devem ser melhor alinhadas às estratégias de despistagem dos rastreios. A taxa de incidência oscila de acordo com a percentagem da população triada.
A directora nacional acrescentou ainda que se registou avanços a nível da prevenção, porque a vacinação é feita logo no início, nas crianças após o nascimento, nas primeiras 24 horas, e que esta taxa de vacinação é acima dos 99%, sublinhando que em Cabo Verde não se constata a transmissão de mãe para filho, enquanto que o rastreio populacional tem sido feito pelos exames específicos de sangue de cada tipo de hepatites.
Para prevenir, Ângela Gomes acrescentou ainda que durante a gravidez encorajam e incentivam as grávidas a fazerem o teste de despiste e as populações de forma em geral, bem como, as pessoas com casos clínicos suspeitos.
“Todos os pacientes que têm infecções e qualquer comprometimento do sistema imunológico, nomeadamente pessoas que vivem com HIV, são obrigatoriamente despistados com hepatites B e C”, esclareceu.
Por outro lado, a governante frisou que a hepatite A é transmitida através da água, alimentos e mãos mal lavadas ou sujas por fezes de pessoas com estas hepatites, ou seja, através de hábitos de saneamento e condições de vida de cada pessoa, enquanto que B e C que já são consideradas doenças sexualmente transmissíveis, são transmitidas através de relações sexuais sem protecção, objectos cortantes, partilha de seringas e agulhas e através de transfusão de sangue contaminado.
Em termos de prevenção, no caso de hepatite B, avançou que começam com a vacinação e as abordagens que têm que ver com os comportamentos de risco e a prevenção.
“A maioria das pessoas que convivem com essas doenças tem alguns determinantes sociais de saúde, que tem a ver com a classe vulnerável, como o HIV, que tem alguma predominância em determinados grupos de riscos. A Hepatite B e C têm uma tendência a ter uma prevalência de incidência maior nestes grupos de pacientes”, vincou.
Durante a sua intervenção, adiantou que o Governo está a reunir todas as estratégias para eliminar esta doença até 2030, e que uma das metas será avançar com todos os diagnósticos, ou seja, fazer a revisão de todo o processo das hepatites virais no país e intensificar o diagnóstico.
“A nossa missão é diminuir as complicações e tratar onde que é possível quando se tem diagnóstico e sobretudo agir na prevenção, apostando na vacinação e na literacia em saúde, diminuindo os comportamentos de riscos”, disse.
Relativamente à meta do PEDS, assegurou que é reduzir 65% dos óbitos, e que em Cabo Verde não se considera um problema relevante em termos de estatística em relação à mortalidade. Mas, que em termos de morbilidade já merece uma “atenção especial” porque a taxa de coinfecção nestes pacientes “é maior”.