Cidade da Praia, 23 Ago (Inforpress) – O vice-presidente da UCID, Aldirley Gomes, ressaltou hoje a necessidade e a importância da representatividade feminina na política e manifestou preocupações face ao “medo de retaliações” como impasse na participação das mesmas.
Aldirley Gomes fez esta afirmação durante um encontro que manteve hoje com a Rede das Mulheres Parlamentares Cabo-verdiana (RMPCV), online, no âmbito da implementação do plano de advocacia para o cumprimento da Lei da Paridade nas eleições autárquicas de 2024.
O representante da UCID que apontou a desconfiança na democracia, práticas corruptas e discriminação como obstáculos que dificultam a participação das mulheres na vida política em Cabo Verde, indicou ainda o “medo de retaliações”, problemas no emprego e a falta de políticas públicas adequadas como impasse para a representação desta camada social na política.
O vice-presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) que enfatizou a relevância do trabalho realizado para promover a participação feminina na política no país reconheceu que, apesar das mulheres estarem mais representadas do que os homens actualmente, ainda enfrentam desafios significativos.
Aldirley Gomes, que defende que a democracia exige representatividade, afirmou que apesar da lei da paridade ser um instrumento crucial, a qualidade da democracia no país ainda “deixa muito a desejar”.
Reforçou também no encontro que o actual sistema político do país é uma das principais barreiras para a paridade de género, alegando por outro lado, ser um sistema que tem sido a principal barreira contra a lei da paridade.
Para superar esses desafios, o representante da UCID defendeu a necessidade de uma fiscalização rigorosa das acções governamentais, tanto a nível central como local, e a promoção da responsabilidade e transparência dos governos.
“Entendemos que se as mulheres não ocuparem o seu papel, é o país e a nação quem sofre. Portanto, entendemos que não há outro caminho se não alcançar este desiderato”, defendeu, realçando a importância da participação feminina para o desenvolvimento do país.
Para finalizar, o vice-presidente da UCID realçou a necessidade de se combater a corrupção nas instituições republicanas para que a Lei da Paridade possa ser efectivamente implementada, promovendo assim uma democracia “mais justa e inclusiva” em Cabo Verde.