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Visita do presidente português/“Nem sempre Portugal foi capaz de lidar bem com o seu passado colonial”, diz Marcelo Rebelo de Sousa


  19 Mai      22        Politique (25166),

 

Bissau,19 Mai 21(ANG) – O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu que nem sempre Portugal foi capaz de lidar com o seu passado colonial de forma eficaz e bem, não obstante ao longo da sua história, ter criado plataformas de culturas, civilizações, Oceanos e Continentes, apesar de nem sempre bem e muitas vezes mal.

Marcelo Rebelo de Sousa expressou esse sentimento na sua declaração conjunta com o Chefe de Estado da Guiné Bissau, Úmaro Sissoco Embaló, no Palácio da República, no âmbito da sua visita de pouco menos de 24 horas à Bissau.
Enfatizou que a Guiné-Bissau não encontrará nenhum país capaz de fazer plataformas em culturas, civilizações, Oceanos e continentes, para além de Portugal.

“Fê-lo ao longo da sua história, mas nem sempre bem e muitas vezes mal. O passado colonial é um passado que nós assumimos em plenitude, mesmo naquilo que não foi positivo, mas é isso que explica essa plataforma”, assinalou e disse que “ só há política, porque o povo quer”.

Momentos antes de proferir a sua declaração, Marcelo de Sousa foi condecorado pelo chefe de Estado guineense com a medalha de “Amílcar Cabral”, a mais alta distinção do país.

Em retrospetiva aos acontecimentos que o trouxeram muitas vezes à Guiné-Bissau, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que quando chefiou uma delegação da Faculdade de Direito de Lisboa e de Coimbra, abriu caminho para a criação da Escola de Direito na Guiné-Bissau.

Adiantou que, só quando regressou à Bissau como político e líder partidário é que usou o seu papel para estreitar o relacionamento entre o partido no poder e o partido que representava, que vinham de hemisférios completamente diferentes, mas que se entediam no essencial para se entenderem naquilo que era mais importante para a Guiné-Bissau e Portugal.

O chefe de Estado de Portugal disse que foram anos em que foi difícil esquecer tudo, porque “foi difícil não amar a Guiné-Bissau e deixar alguns amigos desses tempos”.

“Os tempos mudam, mudou a Constituição. Prosseguiu Nino Vieira, prosseguiram as minhas vindas cá e hoje muita coisa mudou quer na realidade portuguesa, quer na realidade da Guiné-Bissau. Transitoriamente sou Presidente da República portuguesa e transitoriamente, V.Exa., Presidente da República da Guiné-Bissau”, frisou.

Sublinhou que são protagonistas de uma história que lhes ultrapassa e onde “eu me sinto, em termos de biografia, ter-me cruzado com a Guiné-Bissau muito antes de vir cruzar-me como Presidente da República Portuguesa”.
A terceira ideia que Marcelo de Sousa destacou, depois ter sido condecorado com a medalha “ Amílcar Cabral” tem a ver com o fato de a condecoração com a medalha Amílcar Cabral existir em dois países, dois Estados: Guiné-Bissau e Cabo Verde, ambos herdeiros do legado do “ grande líder, que é Amílcar Cabral”, que quis o destino que a tivesse recebido em Cabo Verde, uns anos atrás, e vir recebê-la hoje na Guiné-Bissau.

Para o chefe de Estado de Portugal, essas condecorações simbolizam o peso desses dois países no contexto africano, sobretudo na África Ocidental, representando uma das três famílias linguísticas da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), ao lado da família francesa, inglesa e da família da língua portuguesa.

Perante estes fatos, Marcelo diz esperar que seja possível, no futuro chegar à presidência da CEDEAO, alguém que resulte dessa língua, dessa linha e dessa família, “uma vez que as outras famílias têm chegado com frequência a essa presidência.

O chefe de Estado da República Portuguesa destacou a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP ) como o maior ponto de união entre os países desta comunidade, tendo desafiado Úmaro Sissoco Embaló a encarar esse sentimento com que Portugal e outros países membros têm encarado a CPLP, portanto “ são tantas as razões que nos unem”.

E no quadro de trabalho em união, Marcelo de Sousa enumerou algumas áreas prioritárias nas quais será assente a cooperação entre os dois países, nomeadamente, na saúde, “que tanto nos preocupa e ainda com a pandemia”, na educação, com a criação de uma escola portuguesa em Bissau, na formação, na reforma administrativa, no aperfeiçoamento do estado de direito democrático, no quadro da nossa vivência da CPLP e deve ser cada vez mais no futuro, nas infraestruturas, nas águas ou energias renováveis, no turismo, no mar e no setor das pescas.

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