Cidade da Praia, 19 Nov (Inforpress) – A Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL) mostrou-se hoje a favor do aumento do limite do tecto da dívida pública para que o País possa “equilibrar-se”, já que “os produtos essências têm aumentado” a cada dia.
A intenção foi partilhada pelo presidente da CCSL, José Manuel Vaz, a saída da audiência com o Presidente da República, José Maria Neves, em que esteve sob a mesa a situação económica e social do País e o Orçamento Geral do Estado (OGE) para o ano económico de 2022.
“Há que arriscar e proceder esse processo de endividamento que poderá em pouco tempo salvar essas mesmas dividas porque não podemos continuar de facto a retirar o poder de compra dos cabo-verdianos porque daqui a nada não vamos poder comprar nada”, sustentou.
José Manuel Vaz considerou que Cabo Verde pode endividar-se para proceder ao equilíbrio daquilo que está a acontecer neste momento, que é o “aumento de tudo e muito mais, menos o salário” dos cabo-verdianos.
Segundo o sindicalista, a situação económica e social do País não é nada fácil, sendo que o “desemprego está a aumentar juntamente com a pobreza, os bens essenciais como electricidade, água, combustíveis e IVA estão a crescer e poder de compra dos cabo-verdianos está a diminuir”.
Assegurou que a CCSL apoia o OGE menos na questão da política de rendimento e preços, que tem a ver com a questão salarial dos trabalhadores cabo-verdianos.
“Nos defendemos que sempre que houver uma taxa de inflação seja qual for o valor que a reposição do poder de compra dos trabalhadores seja feita em função dessa taxa, e para o 2022 é de 2,9%”, apontou.
Para o sindicalista, o salário mínimo poderá aumentar de 13 para 14 mil escudos, para que haja alguma flexibilidade na reposição do poder de compra dos cabo-verdianos, que estão a ser confrontados com “aumento galopante de quase tudo”.
Por outro lado, o encontro serviu também para partilhar com o Presidente da República sobre a proposta de alteração da Lei Laboral, em que a CCSL defende a reposição dos direitos adquiridos dos trabalhadores cabo-verdianos em 2016.
José Manuel Vaz pediu a intervenção do chefe de Estado no sentido de utilizar a sua magistratura de influência a favor dos trabalhadores cabo-verdianos
O Orçamento Geral do Estado para 2022 é de 73 mil milhões de escudos, representando uma redução de 2% em relação ao actualmente em vigor.
Prevê um crescimento até 6%, para fazer a ponte entre a pandemia e a retoma económica, conforme dados apresentados anteriormente pelo vice-primeiro-ministro.