Cidade da Praia, 05 Abr (Inforpress) – Os resultados definitivos do V Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH-2021) apresentados nesta segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística confirmaram que há mais homens a residir em Cabo Verde do que mulheres.
De acordo com os dados do censo 2021 a população residente é de 491.233 indivíduos, sendo um pouco mais da metade do sexo masculino, representando 52,0 por cento (%), e quando analisados a nível dos concelhos, depara-se que apenas os da ilha de Santiago tem mais mulheres do que homens.
Segundo a responsável da unidade de metodologia, concessão e análise do gabinete de censo, Elga Tavares, relativamente a 2010 houve uma diminuição de 450 indivíduos.
“A nossa pirâmide etária mostra uma contracção da base, o que significa que temos baixa fecundidade e, a par disso, os dados da emigração demonstram que estão a sair jovens em idade reprodutiva e sobretudo mulheres”, indicou.
“Constatamos que a emigração é forte sobretudo na camada jovem, sendo que 64% dos que emigraram estão com idades compreendidas entre os 15 e os 34 anos, portanto estão na idade reprodutiva”, acrescentou.
Os resultados apontam ainda que a incapacidade rondou os 29% e a deficiência de 10,4%.
Relativamente ao acesso à água e a electricidade observou-se uma melhoria significativa entre 2010 e 2021.
A taxa de analfabetismo baixou significativamente a nível nacional, registrando uma diminuição de 06 pontos percentuais, o que significa um ganho, conforme o INE, pois revela mais pessoas alfabetizadas no País.
Foram apresentadas as características do parque habitacional, nomeadamente edifícios, alojamentos, características dos agregados familiares e dos indivíduos, assim como alguns indicadores dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) calculados a partir dos dados do censo.
Os dados mostraram que boa parte dos agregados familiares vivem nos edifícios clássicos, concluídos ou não, e uma percentagem de cerca de 0,2% vivem em edifícios não clássicos, casas de barracas, casas de bidão, contentores e outros.
“Foi resultado de um trabalho árduo, de uma vasta equipa, portanto, em termos técnicos foi feito tudo o que era possível para termos os dados que temos hoje, vamos sair daqui satisfeitos porque cumprimos com o nosso objectivo”, afirmou a responsável.
A principal dificuldade em relação à recolha de dados, apontou, tem a ver com as recusas, mas assegurou, que o INE contou com uma equipa de sensibilização que soube resolver a maioria delas.
“As recusas devem-se porque as pessoas confundiram muitas vezes o censo com outras questões e penso que não seja por falta de sensibilização porque foi feito uma forte campanha de sensibilização”, justificou.
Por causa do contexto pandémico, que também adiou a operação de 2020 para 2021, o quinto Recenseamento Geral da População e Habitação contou com um plano de contingência, que foi implementado, respeitando todas as medidas sanitárias e garantindo a segurança tanto dos agentes recenseadores como das famílias visitadas.
Para a realização desta operação, Cabo Verde contou com apoios financeiros e técnicos do Brasil, da Cooperação Espanhola, da Cooperação Luxemburguesa, da União Europeia e do escritório conjunto do PNUD, Unicef e FNUAP.
O Recenseamento Geral da População e Habitação realiza-se de dez em dez anos, de acordo com as orientações das Nações Unidas, e visa obter dados sobre a população e aspectos sociais relevantes que sirvam de base para uma planificação do desenvolvimento mais próxima da realidade do País.