Bissau 23 Nov 22 (ANG) – O porta-voz da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné(UNTG) disse hoje que, se o Orçamento Geral de Estado (OGE) de 2022 for aprovado pelos deputados e promulgado pelo Chefe de Estado, o país vai conhecer dias mais difíceis do que está a enfrentar actuamente.
Malam Homi Injai falava em conferência de imprensa semanal de balanço das greves, em curso na função pública, disse que o OGE aprovado no Conselho de Ministro para o ano 2022 tem um défice orçamental de 67 mil milhões de francos CFA ao contrário do de 2021 que era de 50 bilhões de fcfa.
“Em quê é que se basearam esse aumento com a tendência de endividar o país ainda mais . Por isso estamos a chamar a atenção ao Governo,”disse.
Este responsável sindical referiu que o OGE/2021 tinha um défice de 50 mil milhões de francos CFA e que do próximo ano vai ter um aumento de 17 mil milhões o que para ele, significa que o país está a ser sistematicamente autorizada a contrair empréstimos no exterior para depois o povo vir a pagar.
“A manifestação pública organizada pela UNTG no sábado passado, serviu também para denunciar a incapacidade negocial do Governo para pôr fim a séries de paralizações na Função Pública que já dura há quase um ano. O Executivo não tem capacidade de o parar e nem de honrar os compromissos assumidos com a comissão negocial da greve da UNTG “,frisou.
Homi Injai disse que reivindicam entre outras, o estancamento de entradas de mais funcionários no aparelho de Estado, sem concurso público.
Criticou que o governo devia se preocupar em fazer reformas na Administração Pública, garantir o funcionamento nos hospitais e centros de saúde do país, construir infraestruturas, e fazer funcionar as escolas públicas.
“É isso que o OGE deve espelhar não um orçamento que vai hipotecar o país ou que sirva para financiar caprichos dos membros do Governo, responsáveis dos orgãos da soberania que não justificam no contexto em que o país se encontra”, sublinhou.
O porta-voz da UNTG exigiu um OGE que não vai ter aumento de impostos e taxas que não são necessários, sobretudo neste momento dificil em que o país se encontra no meio da pandemia d covid-19, que reduziu a capacidade das pessoas sobretudo em termos financeiros .
“Enquanto o executivo não fôr capaz de acabar com as greves e a ANP não chumbar o OGE do ano 2022 ,a UNTG vai continuar a fazer manifestações de rua para chamar a atenção, não só a ANP como também ao Chefe Estado, sobre o perigo da aprovação e promulgação do documento em causa que consideramos como um veneno para o povo”, avisou o sindicalista.