Nova Sintra, 29 Jun (Inforpress) – Os agricultores bravenses clamam pela resolução do problema da água que tem afectado nos últimos tempos a produção agrícola, assim como a criação de animais e outras intervenções.
Luís Mendes, mais conhecido por Maçãzinha, em representação de outros agricultores, procurou a imprensa para expor a situação que os agricultores estão a viver nos últimos tempos, acentuando que não há água para o consumo humano e muito menos para a agricultura e criação de gado.
Segundo a mesma fonte, que vive há 36 anos na ilha, dedicando-se à prática da agricultura, nunca se tinha vivenciada situação do tipo.
“Este é o pior ano que estamos a viver na Brava, nos 36 anos que já tenho na ilha. Nunca tínhamos visto tamanha falta de água”, expôs.
“Se o Governo não apresentar alternativas urgentes, daqui a um ano estarei a ver situações piores”, disse o agricultor, reforçando que os problemas da ilha e as propostas de solução ou resolução “ficam somente na boca e durante as campanhas eleitorais”.
Sublinhou ainda que a população bravense “tem medo de falar”, acusando os deputados nacionais pelo círculo da Brava de não apresentarem ao Parlamento a real situação da ilha.
O porta-voz dos agricultores apela ao Governo que dê uma certa atenção à ilha, e aos deputados bravenses que apresentem realmente os problemas que a população enfrenta na Brava.
“Sou um agricultor de cinco mil pés de bananeiras, mas agora nem metade tenho, por falta de água. Empregava vários homens, mas acabei por despedi-los porque não há água, não há produção e, consequentemente, não há rendimento que justifique”, apontou o agricultor.
Segundo Luís Mendes, este ano nem alface possui em condições, porque não há água, e na zona onde mora e tem horta, para se conseguir uma gota de água é à tarde e às vezes à noite, mas a conta-gotas, sem força para subir nos tanques.
Questionado sobre a situação e uma solução para a problemática da água, o presidente da Câmara Municipal da Brava, Francisco Tavares, sublinhou que a questão da água na Brava prende-se com a pouca quantidade disponível.
“É uma situação que nos tem preocupado muito, e que tem merecendo a nossa atenção, conjuntamente com a empresa intermunicipal Águabrava, que trouxe um camião cisterna novo para abastecer os reservatórios das zonas limítrofes das redes”, disse o autarca.
O edil admitiu que o problema de água para o consumo humano só ficará resolvido após a efectivação do projecto de dessalinização da água, que se prevê instalar no Forte de Furna.
