Bissau,17 Dez 18 (ANG) – O ministro da Educação, Ensino Superior, da Juventude, Cultura e Desportos, Camilo Simões Pereira, disse no último fim-de-semana, que não tem medo de se demitir das suas funções, mas pediu para se deixar de instigar os estudantes para avançarem para outro tipo de reivindicações.
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O governante reagia assim à questão sobre pedidos de sua demissão a frente daquela instituição governamental, com alegações de que não consegue solucionar a questão da greve nas escolas públicas que impedem o funcionamento das mesmas há três meses.
« Como ministro da educação, estou a fazer o meu trabalho. O ministro da Educação não paga os salários e não contrata os professores. Aliás, a contratação faz-se a nível da Função Pública. Quem paga os salários é o Ministério das Finanças. Nós gerimos os recursos humanos e os processos », explicou.
Assegurou que a única coisa que pode fazer é negociar com os sindicatos, porque não pode obrigá-los a irem dar aulas, porque neste momento ninguém pode cumprir, a cem por cento, o que estão a pedir.
Acrescentou que os sindicatos da classe docente estão a exigir a promulgação do Estatuto de Carreira Docente, tendo frisado que sendo assim, o Presidente da República deve igualmente renunciar do seu cargo, dado que tem o documento para promulgar e até agora não o fez. E pergunta se deveria obrigá-lo a promulgar o estatuto? « .
« Demitir-me desta função, não tem problema da minha parte. Sou deputado da nação e médico de profissão, portanto não estou pegado à isto! Posso ir trabalhar em qualquer sítio. Sou profissional e posso trabalhar seja onde for. Agora aquelas pessoas que estão a pedir a minha demissão, são elas que estão a instigar os estudantes. Não querem apontar o dedo ao sindicato que recebeu alguma coisa que o leva a extremar posições desta forma, mas não queremos chegar ainda a este ponto », espelhou o governante, que entretanto, afirmou que, mesmo hoje, se sair o seu despacho da demissão, estará pronto para sair.
Lembrou que na semana passada os sindicatos abandonaram a mesa de negociações, numa altura em que praticamente iriam chegar ao entendimento, tendo frisado que inclusive produziram um pré-acordo do memorando de entendimento.