Praia, 10 Jan (Inforpress) – Pais e encarregados de educação manifestaram-se pela terceira vez neste ano lectivo (2020/2021) devido ao atraso na conclusão das obras em salas de aulas na escola do Ensino Básico Obrigatório (EBO), em Rabil.
Depois da reivindicação, seguida de uma manifestação no arranque do ano lectivo, pais e encarregados de educação voltaram a contactar a comunicação social pela terceira vez, para manifestar “descaso e desrespeito”, por considerarem “inadmissível”, depois das duas manifestações realizadas em Setembro continuarem a aguardar por obras em duas salas de aulas na escola de Rabil, o centro do agrupamento das escolas de Estância de Baixo e Povoação Velha.
Aliás, afirmam que a obra na Escola de Rabil, que conta cerca de 300 alunos matriculados, distribuídos por nove turmas do 1° ao 6° ano, encontram-se “paradas”.
Bernardina Gomes considerou que as manifestações “não deram em nada”, mostrando-se ainda preocupada com o perigo que as crianças correm ao brincar nos apetrechos da construção, nomeadamente vedação com arame farpado.
Esta mãe de um aluno que este ano inicia o ensino básico, questionou sobre o prazo do término da obra, acrescentando que depois das duas manifestações adiantou-se “alguma coisa” na obra, para, segundo ela, “enganar a população”.
Conforme relembrou, durante o Conselho de Ministro que aconteceu na ilha de Boa Vista no mês de Novembro, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, deu por prontas as salas de aula o que, garante, “não aconteceu”.
“Temos vindo a assistir a construção há ano e meio de duas salinhas que supostamente ainda está a decorrer e sem prazo para terminar. Isto, poderá ser comprovado por qualquer pessoa”, manifestou Bernardina Gomes, que chama atenção pela “responsabilização, fiscalização e prestação de contas” para obra que, relembrou, era para ser concluída em seis meses.
A encarregada de educação pede a presença da ministra da Educação na Boa Vista, alegando que este e outros “descasos” relacionados com a Educação merecem serem vistos com “mais respeito”, exigindo ainda “término da obra com qualidade” para que os alunos estudem em “condições dignas”.
Esta posição foi também defendida por Luciete Lima, moradora de Rabil que se mostrou descontente e o seu desagrado, pedindo escola digna “não somente da escola de Rabil”, mas “para toda a ilha”.
Também questionou para quando uma visita da ministra da educação.
“A ministra que anda por todas as ilhas de Cabo Verde, terá que vir a Boa Vista porque a ilha também faz parte deste País. Peço que venha ver com os próprios olhos o que se passa aqui e nas restantes localidades”, solicitou Luciete Lima, referindo ainda que existe igualmente problemas no ensino infantil de Rabil, onde “há dois anos não têm também um espaço próprio para aquele escalão de ensino”.
Recordou ainda que já tinha interpelado sobre estas questões directamente o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, durante o Conselho de Ministros, e também o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, durante sua última visita a ilha.
Conforme Luciete Lima, durante a sua abordagem ao mais Alto Magistrado da Nação foi interrompida pelo Presidente da Câmara Municipal, que garantiu que a obra iria ficar concluída.
“Já se arrancou o segundo semestre e até ainda não se fez nada. Não existem casass de banho condignas para crianças, nem salas em condições. Isto já passa falta de respeito”, disse.
A encarregada de educação Marlene Lima vai mais longe considerando que “os governantes não se lembram da ilha da Boa Vista”.
A mesma fonte questionou onde pára o dinheiro de uma das ilhas que mais contribui para Produto Interno Bruto (PIB) do País, afirmando que “se deveria, por isso, fazer construções dignas, e não somente obras às presas e de qualquer jeito”.