Praia, 19 Jan (Inforpress) – O ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, celebrou hoje os “ganhos evidentes”, sociais e psicológicos, com a inauguração de um segundo centro de hemodiálise em Cabo Verde, este sediado no Hospital Baptista de Sousa, em São Vicente.
É que, para o ministro, que discursava na manhã de hoje na inauguração do Centro de Diálise da Região do Barlavento, para além de permitir descongestionar o Centro de Diálise da Cidade da Praia, esta nova infra-estrutura vem possibilitar que os pacientes das ilhas do Barlavento possam ficar mais próximos dos seus familiares, com “ganhos evidentes” do ponto de vista social e psicológico.
Trata-se, segundo a mesma fonte, de um infra-estrutura que respeita “altos padrões de biossegurança e qualidade”, cuja infra-estrutura e equipamentos está orçado em 100 mil contos e que vai ser dotado de orçamento e quadro de pessoal próprio, constituído por médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, pessoal administrativo e operacional, quadro este que vai evoluir de acordo com as necessidades, segundo ministro.
Arlindo do Rosário aproveitou a ocasião para lembrar que as doenças crónicas não transmissíveis, particularmente a hipertensão arterial e a diabetes, mostram uma tendência crescente, quer em Cabo Verde, quer a nível mundial, e que elas são as “principais responsáveis” pela insuficiência renal crónica terminal que leva os doentes à hemodiálise.
Em Cabo Verde, continuou, são neste momento 188 doentes com insuficiência renal crónica que precisam da hemodiálise para sobreviver, dos quais 166 estão na ilha de Santiago, oriundos de quase todas as ilhas de Cabo Verde, e 22 em São Vicente.
“O Centro de Diálise da Região do Barlavento passa a ser mais um marco no histórico do Serviço Nacional de Saúde”, congratulou-se o ministro, que reconheceu e agradeceu o apoio prestado pelo governo de Portugal, pelo cofinanciamento do projecto, mas também enalteceu o programa de cooperação entre os dois países, particularmente no sector da saúde.
Lembrou que mesmo em “situação difícil” devido à pandemia, Portugal continuou a receber doentes de Cabo Verde, “nunca fechou as portas” e mantém-se o programa de transferência de doentes.
Internamente, continuou o ministro, a pandemia não impediu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) pudesse continuar a dar “boas respostas” para situação de doença não covid-19 e outros investimentos, tendo destacado o papel dos profissionais de saúde, de uma forma geral, “autênticos heróis em dedicação, entrega e profissionalismo”.
O Centro de Diálise da Região do Barlavento, sediado no Hospital Baptista de Sousa, é resultado de uma parceria entre o Governo de Cabo Verde e o Camões Instituto da Cooperação e da Língua, com o intuito de evitar a transferência de doentes para o exterior do País, para a realização de hemodiálise.
Custou cerca de 100 mil contos e tem uma capacidade de tratamento com 19 postos normais, três especiais com possibilidade de dialisar, num turno 35 doentes.
O centro irá acolher doentes oriundos principalmente das ilhas do Barlavento, cuja estimativa corresponde a 40% do número total de doentes de hemodiálise no País, que serão tratados por um quadro de recursos humanos que se dividem entre médicos especialistas (um nefrologista, um internista e um clínico geral), enfermeiros e ajudantes de serviços gerais.
Actualmente Cabo Verde tem 188 doentes com insuficiência renal que precisam de hemodiálise para sobreviver, dos quais 166 encontram-se na ilha de Santiago e 22 na ilha de São Vicente.