Mindelo, 16 Fev (Inforpress)- O ministro do Ambiente disse esta terça-feira, que Cabo Verde está menos elegível a ajuda pública ao desenvolvimento, com a sua graduação a País de Rendimento Médio, mas o ambiente e a governança climática são “janelas de financiamento”.
O ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, falava durante o encerramento do workshop para lançamento do projecto “Gestão de ameaças sectoriais múltiplas nos ecossistemas marinhos para alcançar um crescimento azul sustentável”, que decorre durante o dia de hoje no Instituto do Mar (IMar), no Mindelo.
Segundo o governante, o país cada vez mais vai ter que financiar os investimentos a partir dos recursos próprios e de empréstimos.
E dentro deste contexto, explicou, “o ambiente, a acção e a governança climática proporcionam ainda algumas janelas de financiamento”, pelo que o País vai ter que ser “muito inteligente na gestão das oportunidades”.
“Os programas e os projectos devem correr muito bem para que nós possamos sempre abrir essas janelas e aproveitar as oportunidades existentes. Daí também a necessidade de termos casos de sucesso que possam nos ajudar a mobilizar recursos para o nosso desenvolvimento”, sustentou.
Neste sentido, defendeu que, “sendo um País com 99 por cento (%) do seu território constituído por mar” e considerando que “muitos parceiros de desenvolvimento estão disponíveis em colocar recursos”, o arquipélago deve “dar um sinal muito claro” de uma boa gestão “das áreas protegidas, dos ecossistemas” e que as áreas protegidas serão alargadas para um percentual maior”.
“Estamos com isto perante uma grande empreitada. Algo que exige de nós de facto muita articulação, cooperação e naturalmente que isto será sempre melhor se nos juntarmos a outros valores, que nos unem, a solidariedade, a equidade e a inclusão”, afirmou Gilberto Silva.
Segundo o ministro, é necessário fazer com que o projecto “Gestão de ameaças sectoriais múltiplas nos ecossistemas marinhos para alcançar um crescimento azul sustentável” seja muito sensível à questão do género, da inclusão de todos os grupos, à transparência como princípio da prestação de contas e deverá ser desenvolvido de forma mais rápida.
Isto, explicou, considerando a experiência de outros projectos financiados pelo Fundo Global do Ambiente (GEF).
O consultor Delvis Fortes disse que na fase de elaboração do projecto e da sua revisão tiveram o cuidado de engajar todas as instituições com responsabilidade na área, organizações da sociedade civil na procura de consensos que culminaram com o workshop.
O projecto “Gestão de ameaças sectoriais múltiplas nos ecossistemas marinhos para alcançar um crescimento azul sustentável” tem a duração de cinco anos e a equipa que o vai desenvolver estará sediado no Mindelo.
Tem como principal objectivo aumentar a interação, operação e a capacitação das instituições nacionais para fazer uma gestão responsável, sustentável e duradoura dos recursos marinhos.