Cidade da Praia, 05 Ago (Inforpress) – A secretaria Executiva do Comité de Coordenação do Combate à Sida alertou hoje as organizações alvo de financiamento para dar respostas à Covid-19 e que os protocolos assinados regem por procedimentos “claros” e “firmes” no desafio do combate à pandemia.
Celina Ferreira fez essa observação no acto de assinatura do protocolo de implementação do Programa “Investir para Alcançar a Eliminação do Paludismo e Impacto Contra a Tuberculose e VIH em Cabo Verde”, no âmbito de mecanismos de resposta à Covid-19, financiados pelo Fundo Global no valor de 25 mil contos.
Conforme a Secretaria Executiva da CCS-Sida, trata-se de um novo mecanismo disponibilizado pelo Fundo Global para apoiar os países na resposta à Covid-19 e amenizar o impacto nos sistemas de saúde e em programas de combate ao HIV, tuberculose e malária de forma eficaz.
A responsável da CCS-Sida, que enfatizou a importância do programa para remover as barreiras que envolvem direitos humanos e género para os cuidados de saúde, e o papel das comunidades, essencial para uma resposta eficaz ao combate a pandemia, pediu às instituições e associações a unirem forças para responder a esta emergência, mas com “resultados excelentes”.
Foram alvos de financiamento, no âmbito do programa a Associação Abraço com 548 mil contos, a Universidade de Cabo Verde, com 401 mil contos, Associação de apoio às vítimas do VBG (ACLVBG) com 665 mil contos, Instituto Nacional de Saúde Pública com 19.956.255 mil contos, Direcção Nacional de Saúde com 1.835.904 mil contos e Plataforma das ONG com 830 mil contos.
Na sua intervenção, o ministro da Saúde e Segurança Social, Arlindo do Rosário, que assegurou que a situação da Covid-19 está a preocupar as autoridades nacionais, lembrou que a maior preocupação é com a ilha de Santiago que regista, neste momento, cerca de 78 por cento (%) de todos os casos do país, e a cidade da Praia com 58% de todos esses casos.
“Esta cerimónia demonstra a preocupação do envolvimento da sociedade civil e a atenção que o programa terá para com o grupo mais vulnerável, universitários, mulheres e laboratório”, precisou.
O ministro, que garantiu que o Governo está a trabalhar de forma a detectar, isolar, acompanhar e tratar os casos existentes no país, informou ainda que já se efectuou 64 mil testes em Cabo Verde, o que eleva o arquipélago, depois do Gana, como o país africano que mais testes realizou.
Neste aspecto, acrescentou que se está a trabalhar para maior impacto nas respostas a nível laboratorial, para ampliar a capacidade de respostas, na ilha do Fogo, e na Uni-CV, que está a pensar realizar testes.
“A demanda, caso continuar em tendência crescente, sobretudo, na ilha de Santiago, pode levar a uma sobrecarga a nível dos laboratórios e o tempo de espera irá novamente aumentar”, afirmou, sublinhando, por outro lado, que se está a trabalhar, com todos os parceiros nacionais, a fim de diminuir a demanda.
Para Arlindo do Rosário, se todos tomarem consciência de que é através de medidas de distanciamento social e do uso de máscaras que se vai dar combate a propagação do vírus, haveria menos problema.
A presidente da Plataforma das ONG, Dirce Varela, que falou em nome da sociedade civil, afirmou que a luta é de “todos” e que todos devem participar, pois, a Covid-19 “veio pôr a nu todas as fragilidades sociais” existentes no país a nível de respostas.
“Todas as organizações devem ter, nesta luta, estratégias comuns e que os recursos cheguem a quem mais precisar. Nesta luta, o que vai fazer a diferença é a mudança de comportamentos, mas também a solidariedade institucional, organizacional e comunitária”, concluiu.
No âmbito deste programa, a plataforma das ONG, a Associação Abraço, a Associação contra VBG, Uni-CV, INSP e DNS desenvolvem intervenções visando resultados no horizonte Dezembro 2020, com projectos de sensibilização e informação sobre a prevenção da Covid-19 a 250 pessoas que vivem com VIH ou tuberculose, na região barlavento.
O programa contempla ainda acções de prevenção sobre covid/VIH-Sida/tuberculose direccionados a 315 jovens universitários, e acções de sensibilização e informação no contexto de violência baseada no género para 300 pessoas.
Consta ainda no âmbito deste programa o aumento da capacidade de diagnóstico para romper com a cadeia de transmissão, realização de 5000 testes e aumento da comunicação sobre a Covid-19, para além de treinamento na perspectiva de apoio psicossocial a 100 pessoas, apoio psicossocial a 1.200 doentes com covid-19 e respectivos familiares e treinamento na prevenção de Covid-19 na perspectiva de proximidade destinado a 400 líderes comunitários.