Bissau, 22 Set 22 (ANG) – O escritor, dramaturgo e jornalista guineense, Madiu Furtado Embaló reconheceu que o país tem muitas pessoas talentosas nas áreas de cinema, da moda, pintura, literatura e diz que só lhes faltam portas abertas para pôr na prática os seus talentos.
Madiu Furtado falava em exclusivo à ANG esta quinta-feira sobre a sua carreira como escritor e dramaturgo e aconselha aos jovens a terem a liberdade de fazer eventos ligados as referidas áreas sem pensar que isso não vai adiantar nada como muitas vezes se ouve por aí.
A criação de uma feira de livros ou algo proporcional, segundo o escritor, pode permitir a descoberta de muitas pessoas que gostam de ler.
“Aqui na Guiné-Bissau, as vezes, torna difícil um jovem alimentar bem durante o dia e torna ainda mais difícil pagar um livro que custa 10 mil francos CFA e por isso tem que existir algum tipo de incentivo”, referiu.
Acrescentou que os jovens precisam de ânimo porque muitas vezes não fazem nada por pensar que não vai valer a pena, frisando que, devido à várias outras dificuldades, as pessoas inteligentes acabam por morrer sem realizar nada por falta de oportunidades.
O escritor defende que a literatura pode ajudar muito no desenvolvimento do país, acrescentando que falta muito incentivo à cultura.
Embaló disse, contudo, acreditar que a cultura, seja a dança ou qualquer ramo e sobretudo o cinema, é um ótimo processo de aprendizagem onde se traz e se conta histórias, através de imagens, movimentações, peças que fazem com que as pessoas aprendam muito mais rápido do que nas escolas.
Furtado afirmou que a vida no país já é difícil e que sem cultura tornaria mais difícil ainda, sublinhando que um incentivo à cultura vai ser um ótimo ganho para a Guiné-Bissau.
Madiu Furtado Embaló, com o nome artístico “Madiu Furtado” está em Bissau para o lançamento do seu romance intitulado “11 anos”, no dia 24 de Setembro, data da Independência do país, na Universidade Colinas de Boé, à convite da reitoria desta instituição de ensino superior.
O romance “11 anos” vai ter três volumes, e o primeiro, que contém 353 páginas foi lançado em 16 de julho do ano corrente, em Portugal.
Madiu Furtado é natural da Ilha de Bubaque, Sul da Guiné-Bissau, nascido a 26 de Dezembro de 1992. É jornalista freelancer, licenciado em Comunicação Social pelo Instituto Politécnico de Setúbal. Iniciou a carreia literária com o romance “Onze anos”, romance esse fruto de oito anos de investigação sobre a Guerra Colonial para construir a trilogia.