Cidade da Praia, 03 Mar (Inforpress) – Os transportes marítimos e aéreos vão de novo a debate na sessão plenária que se inicia esta quarta-feira, conforme pedido de agendamento da interpelação apresentado pelo grupo parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição).
O grupo parlamentar do PAICV entende que as soluções encontradas pelo executivo de Ulisses Correia e Silva para os dois sectores de transportes “não parecem ser as melhores”.
As soluções para os transportes marítimos e aéreos, segundo os deputados do PAICV, têm provocado “problemas diversos que incomodam os passageiros e perturbam a circulação dos bens essenciais”.
No entender dos deputados do maior partido da oposição, há “falta de transparência” nos negócios públicos nos sectores dos transportes aéreos e marítimos.
“As informações não são disponibilizadas na sua totalidade e, as que circulam, não tranquilizam os contribuintes que têm suportado os custos de todas as operações sem os pretendidos retornos para o país”, justificam os parlamentares do PAICV para interpelarem o Governo.
Na primeira sessão plenária de 2020, a problemática dos transportes marítimos e aéreos em Cabo Verde foi também tema de discussão entre os sujeitos parlamentares.
Na ocasião, a líder do grupo parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD, poder), Joana Rosa, reconheceu que há “ganhos e resultados concretos” nos sectores de transportes marítimos e aéreos, mas ciente dos desafios a serem ultrapassados.
Sublinhou que os cabo-verdianos estavam satisfeitos com a prestação de serviços marítimos, reconhecendo, entretanto, que ainda há desafios a serem ultrapassados para que todo o processo de reorganização se concretize.
“Os cabo-verdianos têm a noção que o sector está hoje organizado, temos previsibilidade, queremos melhorar cada vez mais com o novo sistema. É natural haver às vezes alguma rotina e essa rotina deve ser combatida de certa forma com métodos e modelos novos de gestão para que possamos garantir a ligação entre as ilhas”, declarou.
No entanto, criticou a forma como o PAICV tem debatido a questão do serviço de transportes inter-ilhas e da aquisição de novos barcos, acrescentando, que o mesmo “tenta pressionar de forma negativa a boa performance deste Governo”.
“O PAICV sabe que a construção de um barco não se faz do dia para outro. Para já, quem vai trazer a embarcação é a empresa concessionária no sentido de trazer mais barcos adaptáveis à realidade cabo-verdiana, mas o plano de negócio é traçado pela empresa, há todo um conjunto de caderno de encargos que a empresa tem que cumprir”, asseverou, realçando que enquanto parlamentares estarão de certa forma a fiscalizar o processo e que o Governo está ciente em como deve acompanhar esse plano de execução de investimento.
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