Cidade da Praia, 13 Abr (Inforpress) – Investigadores e linguistas entregaram hoje ao Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, uma petição em que solicitam uma mudança da política linguística cabo-verdiana, como forma de trazer o assunto à agenda política.
Em declarações à Imprensa, a linguista Carina Moreira afiançou que o objectivo desta “iniciativa cívica” é fazer chegar aos órgãos responsáveis o apelo de mudança da política linguística no País, no sentido de focar alguns pontos essenciais, como a legitimação da língua cabo-verdiana conforme prevê a Constituição da República.
A entrega deste documento, assegurou Carina Moreira, foi o “primeiro passo” para trazer este assunto de novo à agenda política.
Um outro objectivo, segundo a mesma fonte, é também trazer a língua para o sistema de ensino pela importância científica, e solicitar “maiores incentivos” à publicação e investigação da língua cabo-verdiana.
Com isso, continuou, pretende-se explorar as potencialidades do ensino bilingue, usar a língua materna como “ferramenta para adquirir plenamente a língua portuguesa e demais línguas” que possam ser ensinadas no País.
A petição entregue na manhã de hoje ao Presidente da República conta mais de 200 signatários, entre eles investigadores, linguistas, professores de línguas e literaturas, educadores, escritores, artistas, activistas, estudantes de graduação e outros profissionais.
Uma vez entregue a petição, Moreira destacou a abertura do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, “unânimes” em concordar que se trata de um processo com “vários lados, que deve ser visto com calma e que vai levar o seu tempo”.
Conforme a mesma fonte, dada a sua “importância”, esta petição deverá ainda ser entregue aos presidentes de todos os partidos políticos e cabeças-de-lista de todos os círculos eleitorais, de modo a chegar aos candidatos a deputados à Assembleia Nacional.
Através desta petição, pretendem apelar aos candidatos a deputadas e o futuro Governo a considerarem “com urgência” medidas legislativas necessárias à mudança da política linguística, para uma “mais justa e mais respeitadora” da ecologia linguística da nação e dos “direitos humanos de natureza linguística”.
CS/AA