Porto Novo, 03 Abr (Inforpress) – A ausência do ensino superior em Santo Antão tem sido um dos factores que têm levado a ilha a perder parte da sua população, razão pela qual é necessário criar as condições para a materialização deste desígnio.
Quem o afirmou é a cabeça-de-lista do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) pelo circulo eleitoral de Santo Antão, Rosa Rocha, que acusou o Governo, suportado pelo Movimento para a Democracia (MpD), de “falta de capacidade” para a atender a esta “aspiração” dos santantonenses.
Rosa Rocha disse à Inforpress que foi criado “no papel” o Instituto Superior das Ciências e Tecnologias Agrárias (ISCTA), mas “não houve capacidade” do Governo, que termina o mandato, de instalar o ensino superior em Santo Antão, cuja ausência tem sido uma das causas da “erosão demográfica” desta ilha.
Entende, por isso, que é uma necessidade discutir com as universidades existentes em Cabo Verde a melhor solução para o ensino superior em Santo Antão, sendo necessário avaliar o projecto do ISCTA que “existe no papel, mas que ficou por materializar”.
É preciso que se resolva a questão do ensino superior e dar aos estudantes santantonenses a oportunidade de prosseguir os seus estudos na sua própria ilha, considerou a cabeça-de-lista do PAICV, para quem “estudos mostram” que mais de 40 por cento (%) dos jovens que frequentam as universidades em São Vicente são oriundos de Santo Antão.
Uma outra questão que “preocupa” a candidatura “Um Cabo Verde para todos” é a saúde, segundo Rosa Rocha, que defende a necessidade de se melhorar “de forma significativa” a capacidade de resposta do hospital Regional João Morais, na Ribeira Grande, e dos centros de saúde do Porto Novo e do Paul.
É necessário, também, avançar com a construção do centro de saúde da Ribeira das Patas, com vista à melhorar a acessibilidade e qualidade do serviço de saúde e reduzir as evacuações, tendo em conta o impacto na economia familiar, adiantou
O sector da habitação em Santo Antão faz parte, igualmente, da agenda do PAICV, que, em caso da vitória nas eleições legislativas do dia 18, promete desenvolver “uma modelo” de habitações que atenda às famílias de fracos recursos, mas, também, aos jovens quadros, desta ilha.
Às legislativas do dia 18 para eleição de 72 deputados em 13 círculos eleitorais, dos quais dez no País e três na diáspora, concorrem seis partidos – PAICV, MpD, UCID, PTS, PSD e PP.
PAICV, MpD e UCID concorrem em todos os círculos, PP em seis círculos (Santiago Sul, Santiago Norte, Boa Vista e os três da diáspora), PTS também em seis círculos (São Vicente, Santiago Sul, Santiago Norte e três diáspora), e PSD em quatro círculos (Santiago Norte, Santiago Sul, América e África).
As últimas eleições legislativas em Cabo Verde ocorreram no dia 20 de Março de 2016, tendo o Movimento para a Democracia (MpD) vencido com maioria absoluta, ao eleger 40 deputados, o PAICV 29 e a UCID três.