Cidade da Praia, 04 Dez (Inforpress) – O vice-primeiro ministro disse hoje que a covid-19 vai provocar uma recessão económica nos 11 %, em 2020, e apontou a diversificação da economia como um imperativo para evitar o colapso económico e o desemprego em massa.
Olavo Correia levantou estas preocupações na abertura da conferência online “Diálogo de alto nível”, sobre o tema “Os desafios e as oportunidades nos financiamentos dos Estados: Novas soluções? Sector privado?”, e sublinhou que a pandemia da covid-19 está a ter reflexos no agravamento na dívida pública e externa.
O governante admitiu que Cabo Verde, enquanto “uma pequena economia insular”, tem um “grau elevado” de abertura em relação ao mundo, “fraca dignificação” económica e apresenta uma “elevada vulnerabilidade” a factores exógenos, razão pela qual sublinhou que o arquipélago “seguramente afigura-se na lista dos países mais impactados” pela economia.
Lamentou que o País tenha estado a registar “uma forte quebra” no crescimento do turismo e de toda a actividade económica, embora dissesse acreditar que em 2021 haverá condições para a retoma da economia.
Contudo, avisa que “ainda esta perspectiva é muito incerta” em face a evolução epidemiológica em Cabo Verde e, particularmente no mundo.
Para Olavo Correia, que igualmente acumula a pasta das Finanças, esta crise veio” mudar a trajectória de consolidação orçamental” de Cabo Verde, com consequência fiscal, tendo esclarecido que “o défice público que estava no 1.7% do PIB, um valor sólido extremamente baixo”, subiu para valores à volta dos 11 por cento.
Para fazer face a novos desafios e preparar a economia para o pós-covid-19, considerou ser determinante trabalhar na perpectiva de encontrar soluções “novas e inovadoras”, salientando que em política de longo prazo esta crise pandémica ensinou o Governo a estar “plasmado no plano estratégico sustentável 2017/2021, fazendo tornar a economia mais resiliente e diversificada”.
Recursos essenciais do Orçamento do Estado, asseverou, estão sendo direccionados para o sectores da Saúde, da Inclusão Social e da Educação, mediante o apoio de todos os parceiros, para que o País possa fazer um “bom combate” epidemiológico, visando “evitar o colapso da economia e conter o perigo do desemprego em massa” em Cabo Verde.
Por tudo isto, admitiu que esta crise pandémica agravou a subida da dívida, afirmando que a África e Cabo Verde estão enfrentando “o muro da dívida” e que se torna necessária colocar uma solução para o problema das dívidas externa, no quadro de uma estratégia de financiamento “mais global, reforço do sector privado e na promoção do desenvolvimento do negócio”.
Promovida pelo Programa para a Consolidação da Governação Económica e Sistemas de Gestão das Finanças Públicas nos PALOP e Timor Leste pela Pro PALOP-TL ISC (FASE II), esta conferência tem como objectivo a melhoria da governação económica nos PALOP-TL.
O programa resulta da parceria estratégica entre a UE/PNUD, e conta com o financiamento da União Europeia em 7,7 milhões de Euros, administrados directamente pelo PNUD.
A acção enquadra-se nos esforços #TeamEurope da União Europeia em resposta à covid-19 e no plano de resposta do PNUD a médio prazo ao impacto da pandemia nos PALOP e Timor Leste.