Porto Novo, 21 Ago (Inforpress) – Os constrangimentos com que se depara a cidade do Porto Novo, Santo Antão, em matéria de distribuição de água e gestão dos esgotos têm preocupado os habitantes desta urbe, que clamam pelo “arranque efectivo” dos investimentos anunciados.
Alguns moradores, em conversa com a Inforpress, queixaram-se da “demora” no arranque dos investimentos anunciados, há quase um ano, no quadro do projecto de água e saneamento para Santo Antão, numa altura em que a cidade do Porto Novo continua a braços com os problemas ligados à distribuição de água e vazamento dos esgotos.
Em Setembro de 2019, o Governo procedeu ao lançamento do projecto de água e saneamento de Santo Antão, financiado pelo Banco Árabe para o Desenvolvimento em África (Badea), em 1,2 milhão de contos, que, no caso do Porto Novo, prevê a instalação de 20 quilómetros de rede de esgotos, uma estação de tratamento de águas residuais (ETAR), duas estações de bombagem e construção de 200 fossas sépticas, além de ligações domiciliárias.
No domínio de água, o projecto contempla Porto Novo com 25 quilómetros de tubagem, um reservatório de 300 metros cúbicos e 3.500 ligações domiciliárias, além de outros investimentos.
Entretanto, quase um ano depois do lançamento do projecto, os porto-novenses dizem “ansiosos” pelo arranque efectivo dos investimentos, que visam “uma reestruturação profunda” dos sistemas de distribuição de água e de gestão e tratamento dos esgotos na cidade do Porto Novo.
O munícipe José Barros considera “inconcebível que a água não chegue ainda a muitos bairros da cidade do Porto Novo, por causa de problemas na rede, exortando o Governo a “abreviar” as intervenções anunciadas aquando do lançamento do projecto de água e saneamento de Santo Antão.
Maria da Luz, residente num dos bairros mais afectados, lembra que, já por várias vezes, tanto o Governo, como a câmara do Porto Novo prometeu “uma solução definitiva” para os problemas de água e saneamento neste município.
João Lopes é outro munícipe que se diz “ansioso” pela concretização dos investimentos que “tanta falta deixam” a este concelho, onde a já obsoleta rede de esgotos apenas cobre 20 por cento (%) dos dez mil habitantes da cidade do Porto Novo.
Nesta altura do ano (época mais quente), a situação da rede de esgotos fica na cidade do Porto Novo, em Santo Antão, marcada pelo vazamento em alguns pontos desta urbe, volta a preocupar a população, que clama por intervenções nesta infra-estrutura, por parte da edilidade.
Em relação à distribuição de água, a rede pública, instalada há duas décadas, apresenta já muitas insuficiências e constantes arrombamentos (média de 20 rombos por dia), o que impede o líquido preciso de chegar às zonas altas da cidade do Porto Novo.
O edil do Porto Novo, Aníbal Fonseca, admitiu, em Julho, durante a visita do primeiro-ministro a Santo Antão, que o projecto de água e saneamento desta ilha não tem avançado, nos últimos meses, devido a constrangimentos criados pela pandemia do novo coronavírus.
O presidente da câmara do Porto Novo considerou, porém, este projecto “um grande objectivo do Governo”, acreditando que os investimentos em carteira vão ser concretizados.
