Cidade da Praia, 27 Jul (Inforpress) – O presidente da Plataforma das ONG, Jacinto Santos, disse domingo à Inforpress que o estado da nação deste ano, prevista para a próxima semana, vai acontecer num “contexto particular”, por causa da pandemia da covid-19 que afecta o país.
“Esta crise [pandémica] abalou todos os pressupostos de base da governação e os objectivos fixados em termos de crescimento da economia, do turismo e do programa de reformas económicas, sobretudo as privatizações”, precisou Jacinto Santos, acrescentando que a situação da pandemia contribuiu, igualmente, para o aumento do endividamento público.
Na sua perspectiva, vai ser um, estado da nação “especial”, pois, segundo ele, a pandemia da covid “deitou por terra quase tudo o que foi conseguido até Fevereiro de 2020”.
A sua expectativa, enquanto cidadão, é que haja um “discurso realista”, que projecte esperança aos cabo-verdianos e deixou um “apelo forte” para que haja a responsabilização de todos, porque, afirmou, o momento exige de todos (políticos, empresários, sociedade civil organizada) uma “atitude em defesa do país”.
Espera que os sujeitos parlamentares falem a verdade e não para se criar alarmismos, em ordem que toda a gente tenha uma “noção clara” sobre o que existe pela frente.
Instado sobre uma mensagem que gostaria de deixar aos políticos, o primeiro presidente de câmara municipal eleito na Praia afirmou que a crise, a pior que seja, “não pode anular o exercício democrático no Parlamento”.
Segundo ele, a situação por que está a passar o país, por causa da covid, não pode, ainda, “anular as confrontações saudáveis dos pontos de vista e na assumpção respeitosa dos dissensos”.
“Que neste momento haja uma sintonia clara sobre o que deve ser feito para salvarmos a nação”, apelou Jacinto Santos, que deseja a estabilidade governativa, económica e financeira do país para que o Estado possa cumprir com o essencial das funções, mantendo a máquina pública funcional e garantir o pagamento das transferências sociais inevitáveis.
O presidente da Plataforma das ONG defende, por outro lado, que o consenso entre os actores parlamentares passa igualmente pela “melhoria da saúde e desenvolvimento de um programa para a recuperação das empresa e retoma da economia e protecção social”.
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