A Liga Independente dos Grupos Oficiais do Carnaval de São Vicente (LIGO-SV) optou neste Carnaval por deixar a Praça Amílcar Cabral (Praça Nova) sem bancadas devido a críticas do público, assegurou o presidente da instituição.
Marco Bento explicou hoje, em entrevista à RCV, que a liga decidiu tomar esta decisão depois de ouvir o público mindelense que queria ver a tradicional praça desimpedida por ser um lugar de descanso e de encontro, normalmente, das pessoas que estão sempre a circular.
“Decidimos não colocar as bancadas para não impedir este movimento histórico das pessoas que vêem o Carnaval circulando de um lado para o outro”, disse, lembrando o quão “difícil” foi a introdução, em 2018, de bancadas em São Vicente.
Entretanto, segundo a mesma fonte, a iniciativa revelou-se um “sucesso”, principalmente para pessoas idosas que se cansavam das várias horas em pé para ver os desfiles, e, por outro lado, a bilheteria reverte a favor dos grupos.
Agora, di-lo Marco Bento, com essa diminuição de bancadas, que normalmente eram colocadas na Rua de Lisboa, Avenida Baltazar Lopes e Praça Nova, as receitas, que ainda assim não eram tão significativas, vão diminuir também.
Por isso, ajuntou, se pede a ajuda do público para indicar outros lugares para fixar novas bancadas, ou ainda na realização de estudo que permitiria mudar o trajecto dos desfiles, que actualmente passam pela Rua de Lisboa, Avenida Baltazar, Praça Nova e Avenida 05 de Julho.
O responsável da LIGOC-SV declarou não saber também se neste ano de 2020 os bilhetes das bancadas vão ser vendidos pela liga ou se pela própria câmara municipal, mas, garantiu, vão comunicar essa informação “o mais breve possível” para que as pessoas comprem a tempo e hora.
Marco Bento, durante a entrevista, abordou ainda a não participação do grupo Monte Sossego no sorteio da ordem dos desfiles realizado no dia 31 de Janeiro, devido a alegados “atropelos a deliberações” da liga, entre os quais, a de que o grupo classificado no último lugar no Carnaval passado deveria ser o primeiro a desfilar neste ano.
Segundo a mesma fonte, na verdade, foi realizado uma reunião sobre o assunto, inclusive com a presença de um representante da Câmara Municipal de São Vicente, para se discutir o assunto, tendo em conta que havia um “cenário novo” com o regresso do Vindos do Oriente aos desfiles oficiais.
“Nessa reunião houve uma votação e optou-se por um sorteio geral. Então a votação é que ganha”, explicou.
O presidente da LIGOC-SV assegurou também haver “vozes discordantes” sobre a permanência da Escola de Samba Tropical no conselho deliberativo, uma vez, que o grupo não desfila como agremiação oficial na terça-feira.
“Mas, temos que dar a mão a palmatória e teremos que ver um espaço para colocar o Samba Tropical e levar em conta o trabalho que têm feito no Carnaval, com qualidade inquestionável, e mesmo na criação da LIGOC”, defendeu.
De acordo com Marco Bento, são assuntos a serem vistos numa “revisão urgente” dos estatutos da liga para mudar “algumas incongruências” já verificadas.