Mindelo, 21 Jul (Inforpress) – O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, apelou hoje, no Mindelo, aos parceiros sociais para ajudarem o Governo a ultrapassar a crise e a situação de emergência social com vista a se obter “melhores resultados”.
O chefe do executivo, que falava hoje, no Mindelo, na abertura do segundo fórum nacional “Emergência de uma frente comum para enfrentar e vencer as crises”, fez primeiramente uma retrospectiva à situação vivida no começo da pandemia e de seguida às consequências da guerra na Ucrânia e também às mudanças climáticas.
E é nesse contexto que, segundo a mesma fonte, o Governo declarou a situação de emergência social e económica e que deriva de algo que, ajuntou, “a sua sensibilização e compreensão não estão muito claras”.
Daí, assegurou Ulisses Correia e Silva, um dos objectivos do fórum é estimular a sensibilização social para um “problema grave”, que “atinge a economia, atinge a vida das pessoas”.
“Essa sensibilização permite acomodar comportamentos, acomodar atitudes e compreender prioridades”, considerou a mesma fonte, adiantando não compreender como num momento como este se esteja a pedir aumento salarial e com “ameaças de greve”.
O primeiro-ministro lembrou as medidas levadas a cabo pelo Governo para enfrentar o estado de emergência, orçados em cerca de oito milhões de euros até Dezembro, mobilizados junto de parceiros internacionais.
“Mas, se não houver compreensão da situação não se valorizam as medidas e o esforço social”, reiterou, apelando ao comprometimento das instituições, inclusive a comunicação social, para tal compreensão.
Ulisses Correia e Silva lembrou que “há ainda a ideia de que o Estado é ponto de partida e o ponto de chegada para tudo”, mas, afiançou, “isso não é verdade”.
“Se não houver essa compreensão de que a sociedade, o indivíduo, a família, as organizações sociais são importantes e também têm responsabilidades torna-se difícil dar respostas”, criticou, adiantando que o “tudo junto” que funcionou durante a pandemia deve ser agora posto em prática.
Entretanto, o chefe do Governo acredita que após a crise as coisas vão melhorar a nível global, mas, neste momento, asseverou, conta com a “participação e foco” de todos para dar “melhores respostas”.
O evento, que decorre até o início da tarde de hoje, na Faculdade de Educação e Desporto (FaED) da Universidade de Cabo Verde, no Mindelo, divide-se entre dois painéis, “A responsabilidade do indivíduo na família e na comunidade” e a “Problemática da utilização de substâncias psicoactivas: da prevenção aos cuidados e reinserção”.
Esses temas estão divididos em sub-temas, tendo como oradores o bispo da Diocese do Mindelo, Dom Ildo Fortes, o director Académico do Seminário Nazareno de Cabo Verde, Oziel Morais, o frei Silvino Bennetti e ainda psicólogos e sociólogos.
O primeiro fórum nacional abordando a emergência de frente comum para gestão de crises foi realizado a 12 de Julho último, na Cidade da Praia.