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Sem recursos é impossível garantir a sustentabilidade dos oceanos – oceanógrafa


  8 Juin      24        Société (45197),

 

Mindelo, 08 Jun (Inforpress) – A oceanógrafa e docente no Instituto de Engenharias e Ciências do Mar, da Universidade Técnica do Atlântico (UTA), Corrine Almeida, defendeu hoje que a falta de financiamento é um entrave para garantir a sustentabilidade dos oceanos. 
Corrine Almeida falava à Inforpress a propósito do Dia Mundial dos Oceanos, que se assinala hoje, este ano sob o lema “os oceanos: vida e subsistência”.
Segundo a docente, muito se tem falado na questão da sustentabilidade, com discursos, muitas vezes, animadores em determinados momentos, que até trazem entusiasmos de que se vai arrancar, de facto, com uma política devidamente direccionada para os oceanos. Mas depois não há uma discussão com as instituições envolventes e as práticas não acontecem.
“O que se percebe, de facto, é que há um discurso, por um lado, e, por outro lado, uma prática. Porque nós não temos uma prática de investimento de recursos humanos nesta área”, exemplificou a oceanógrafa para quem “faltam investimentos em recursos humanos, não só na sua formação, mas também ter recursos humanos disponíveis para trabalhar”.
Além disso, a mesma fonte explicou que há problemas em termos de infra-estruturas e de tecnologia, dando como exemplo a “falta de uma embarcação disponível para fazer ciência marinha em Cabo Verde”.
“No passado havia o navio Islândia, mas dos 20 anos que eu conheço, se trabalhou três anos trabalhou muito”, lançou em tom de crítica, afirmando  ainda que a falta de recursos também tem dificultado o decurso dos projectos.
“Temos um projecto de monitoramento costeiro, o Coastal Ecosystem Monitoring of Cabo Verde, que, por questões burocráticas várias e de indisponibilidade de pessoal, porque recursos humanos são poucos, não  está seguindo como deveria”, exemplificou.
Para a professora da UTA, as embarcações de pesquisa que passam por Cabo Verde são “cruzeiros com objectivos externos, que não são os objectivos do País, e, por isso, não trazem as respostas que Cabo Verde precisa com maior urgência”.
Segundo Corrine Almeida, sem o financiamento para os programas de pesquisa, para os recursos humanos e para os materiais não se pode recolher subsídios para garantir essa almejada sustentabilidade dos oceanos de que tanto se fala. 
“Em primeiro lugar temos de ter o número suficiente de recursos humanos, eles têm de estar motivados, as instituições devem melhorar a sua organização para serem mais ágeis e com menos burocracia na hora de implementar projectos, e ter financiamentos de pesquisa oceânica a nível da região costeira”, reforçou.
Conforme Corrine Almeida também há a necessidade de ter dados disponíveis numa plataforma sobre a pescaria internacional nas águas cabo-verdianas para as pessoas que têm interesse em analisá-los. 
Isto, explicou, para saber o impacto de toda essa pescaria para que se possa dar respostas adequadas.
“Como é que se pode falar sobre a exploração quando  não se tem dados. Obviamente há desembarques de tubarões quase que diariamente no nosso porto. Claro que é uma pesca de atuns e afins, e isso inclui tubarões, mas deveríamos estar a fazer um devido acompanhamento a ponto de saber, de facto, qual é o impacto dessa pescaria”, defendeu.
A mesma fonte lembrou que desde o dia 01 que se iniciou a Década do Oceano, que as Nações Unidas dedicam à Ciência Oceânica, exactamente porque as várias questões, como a sustentabilidade, a conservação, as questões económicas e de atendimento às comunidades só podem ser respondidas com base na ciência.
“Para ter sustentabilidade nós temos de ter ciência na área. Conhecer o nível de exploração dos nossos recursos para saber se essa exploração está a ser sustentável ou não”, enfatizou a oceanógrafa que lamenta o facto de “não haver um programa nacional de pesquisa” a nível do instituto em que trabalha, porque revelou, “com cinco cabeças para ministrar duas a três disciplinas por semestre fica pouco tempo para se dedicar à ciência”.
CD/HF

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