São Filipe, 17 Ago (Inforpress) – A Câmara municipal de São Filipe pretende transformar o centro cultural, Armand Montrond num centro cultural de artes e ofícios contemporâneos para potenciar o ensino e o resgate da história e cultura da ilha.
O centro cultural está abandonado e com a sua transformação a autarquia está a pensar em outras ambições para o município e a própria ilha, que passa pela instalação de núcleos de gravação dos artistas e das sonoridades da ilha.
É nesta perspectiva que o presidente da câmara, Nuías Silva, e a vereadora da Cultura, Lia Barbosa, reuniram-se na semana passada, através das tecnologias de informação, com o director da escola de música Zumix, Corey de Pina, e com Ângelo Barbosa, ambos residentes nos Estados Unidos da América.
O encontro serviu para partilhar o projecto da escola Zumix, intitulado “Fogo Project”, que consiste na angariação de instrumentos musicais e fundos para a montagem de escolas de música no município de São Filipe.
Segundo anunciou na sua página, a autarquia de São Filipe referiu que até este momento a Zumix já arrecadou mais de 200 instrumentos musicais, entre novos e usados, e cerca de dez mil dólares.
“A câmara tem a total abertura em colaborar com a escola Zumix, estando igualmente a trabalhar no projecto de reabilitação e transformação do centro cultural Armand Montrond num centro de artes e ofícios contemporâneos”, referiu na sua página.
O projecto do centro, com um total de 12 salas, um palco, backstage e um pátio com capacidade para receber cerca de duas mil pessoas, visa junto da escola de música Zumix equipar cinco salas, sendo quatro de músicas especializadas e uma sala para estúdio de gravação e rádio comunitário.
A reabilitação prevê ainda o apetrecho de salas para aulas de dança e teatro e espaços para as artes plásticas e o artesanato, isto tendo em conta que a ambição é colocar São Filipe como referência nacional no apoio aos agentes culturais.
No dizer do presidente da autarquia três frentes de actuação foram eleitas como prioridades, nomeadamente a educação cultural, a educação pela arte e a educação profissional em tecnologias de artes e ofícios, seja formal e informal.
O autarca afirmou que o município de São Filipe e a ilha do Fogo no seu todo tem uma das culturais mais ricas do país e que é necessário trabalhar para a criação de infra-estruturas culturais de qualidade e que sirvam de suporte aos agentes para dinamizar a indústria criativa e o turismo local.
Uma das alas do centro cultural Armand Montrond onde funcionava o antigo centro de juventude vai albergar a partir de hoje o Gabinete de Inclusão Social e Desenvolvimento Humano, libertando o espaço da antiga residência do presidente da câmara para a instalação da incubadora municipal para dar resposta a todo o potencial empreendedor da ilha.