Cidade da Praia, 20 Out (Inforpress) – A Associação de Crianças Desfavorecidas (ACRIDES), recebeu hoje um financiamento no valor de 340 mil dólares da Embaixada dos EUA, juntamente com o Governo, para a instalação da sala de escuta gravada nos tribunais para crianças vítimas de violência sexual.
Em declarações à Inforpress, a presidente da Acrides, Lourença Tavares disse que para além deste valor, a instituição recebeu também da ONG ECPAT, cerca de 152.555 euros para dois anos e meio de projecto no âmbito de prevenção e combate ao abuso e exploração sexual, um contributo que, sublinhou, “vai reforçar” os mecanismos de sistemas de proteção da criança.
Lourença Tavares, explicou, entretanto, que a ajuda dos EUA veio na qualidade de a Acrides ser beneficiária do programa de intercâmbios com direito a apresentação de projectos para financiamento, no âmbito do qual foi apresentado o projecto “Justiça amiga da criança”, levando em conta todos os casos de violação sexual da criança, a sentença final aplicada pela justiça aos agressores, é de “Termo de Identidade e Residência (TIR)”.
Na sala de escuta, explicou a responsável, a criança será ouvida uma única só vez, e para todo o decorrer do processo vai ser ouvida a gravação.
“A criança não irá ser colocada e ou exposta a repetir o que ela viveu, sendo que enquanto criança há coisas que elas esquecem, e é por isso que também que os resultados finais da justiça são indesejados”, lembrou Lourença Tavares, reforçando, contudo, que muitas outras coisas prejudicam o fiel resultado que almejam da justiça.
Para além da instalação da sala de escuta, o valor em apreço se destina também para capacitar magistrados e toda a equipa que trabalha com crianças vítimas de violação sexual, informou Tavares, sublinhando que este projecto não é da ACRIDES, mas sim da justiça cabo-verdiana.
Conforme informou ainda, a cooperação portuguesa financiou hoje também quatro novos computadores para Acrides.
A esse propósito, Lourença Tavares fez questão de ressalvar que essas acções são de uma “grande importância” para a associação, pois, se não houver parceiros que financiem os seus projectos e planos de acções “não é possível responder às necessidades do grupo alvo”.
Por isso, fez questão de realçar uma vez mais, que a cooperação portuguesa “abrilhantou” o dia da ACRIDES com esses instrumentos “únicos” e “essenciais” para a funcionalidade de todos os serviços da associação.
“Desde 2002, a cooperação portuguesa tem sido uma “grande parceira”, enfatizou Tavares, que aproveitou a oportunidade para agradecer todos os parceiros e a comunicação social, sublinhando, neste particular, que é por causa da imprensa que são reconhecidos e que têm conseguido chegar “tão longe”, ganhando “credibilidade” a nível nacional e sobretudo internacional.