Cidade da Praia, 10 Set (Inforpress) – O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, defende que o aumento das remessas dos emigrantes, sobretudo num “contexto tão difícil”, caracterizado pela perda de emprego, deve ser compreendido como “um compromisso” de solidariedade para com os familiares.
“Deve ser também compreendido como um compromisso de solidariedade para com os familiares que por aqui ficaram e exprime o quão apurado é o espírito de altruísmo do cabo-verdiano”, escreveu Jorge Carlos Fonseca no Facebook.
O Presidente destacou ainda que, apesar das adversidades, o emigrante cabo-verdiano é capaz de abdicar de uma poupança para a sua estabilidade e segurança e repartir com familiares e amigos o que lhe resta.
“Na verdade, é reconfortante verificar que, mesmo perante dificuldades, o cabo-verdiano que vive fora do seu país de origem se lembra do torrão natal e partilha do sofrimento e das dificuldades que padecem os que por aqui ficaram”, completou.
Para Jorge Carlos Fonseca o aumento das transferências dos emigrantes para os seus familiares confirma a importância do contributo das comunidades no exterior na resolução de problemas sociais e no reforço dos laços que os unem ao povo e às ilhas que os viram nascer.
As remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para o arquipélago aumentaram 13,5% no primeiro semestre do ano, face a 2019, para o equivalente a 480 mil euros por dia, segundo cálculos com base num relatório do banco central.
De acordo com um relatório estatístico do Banco de Cabo Verde (BCV), com dados do primeiro semestre de 2020, os emigrantes cabo-verdianos enviaram remessas no valor de mais de 9.681 milhões de escudos (87,5 milhões de euros).
Este valor compara com os quase 8.531 milhões de escudos (77,1 milhões de euros) de remessas enviadas para Cabo Verde pelos emigrantes nos primeiros seis meses de 2019, segundo dados anteriores do BCV.