Mindelo, 15 Mar (Inforpress) – O Presidente de Angola disse hoje, no Mindelo, que vir a São Vicente é uma oportunidade que o seu homólogo José Maria Neves, lhe deu de “pagar uma dívida com os sanvicentinos por nunca ter pisado a ilha”.
João Lourenço falava após receber as chaves da cidade do Mindelo numa cerimónia, no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Vicente (CMSV), com a presença do Presidente da República José Maria Neves, o presidente da CMSV, Augusto Neves, a presidente da Assembleia Municipal, Dora Pires, e demais delegações.
“No rol dos amigos cabo-verdianos que tenho, alguns deles são daqui de São Vicente e nunca me perdoaram o facto de eu me ter esquecido sempre de São Vicente nas minhas deslocações a Cabo Verde. Portanto, esta oportunidade que o Presidente José Maria Neves me deu foi para este fim, de vir pagar a dívida e fazer as pazes com os sanvicentinos”, afirmou.
Segundo João Lourenço, ao longo dos anos, enquanto político e amigo de Cabo Verde efectuou muitas visitas de trabalho ao País, mas foi para outras ilhas e cidades, mas nunca esteve em São Vicente.
“A partir de agora e uma vez com as chaves da cidade do Mindelo no bolso, posso vir a São Vicente muito mais vezes, até sem aviso prévio. Quando derem conta já estarei aqui no Mindelo”, ajuntou o PR de Angola.
O Chefe de Estado angolano disse saber que “São Vicente é uma ilha, de todas as ilhas, que está com as janelas mais abertas ao mundo”, pelo que, afirmou que “não conhecer São Vicente é não conhecer Cabo Verde”.
Isto numa alusão à música “Esse país”, de Manuel de Novas, eternizada por Cesária Évora e lembrada pelos sanvicentinos.
A presidente da Assembleia Municipal de São Vicente, Dora Pires, agradeceu a iniciativa do Presidente da República de Cabo Verde por estender a presidência à ilha de São Vicente, sublinhando que “é uma oportunidade também de trazer delegações de outras paragens para conhecer a ilha, ver o pulsar e juntos decidir o melhor para o desenvolvimento da ilha”.
A mesma lembrou dos “laços históricos e culturais” que unem Cabo Verde e Angola”, do “passado comum de luta de libertação” dos dois países que, hoje, “livres e independentes, buscam um rumo melhor para alcançar o patamar desejado para que o desenvolvimento seja real”.
“E aqui nós apelamos para que juntos possamos reforçar e aprofundar os laços de amizade, de apoio e de cooperação existentes a fim de alcançarmos o progresso desejado e o desenvolvimento socioeconómico dos nossos países”, pediu.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, defendeu que esta visita de Estado “é expressão das excelentes relações de irmãos, de amizade e de solidariedade entre os dois países”.
Para o autarca, apesar das “alterações que se verificaram em todo o mundo”, a história que une os dois países permanece “profundamente saudável” e tem servido para o “relançamento de uma cooperação multiforme e mutuamente vantajosa”.
“Contamos com Angola e com o vosso povo no apoio à mobilização de investidores angolanos para continuarem a afluir com maior ímpeto para o nosso São Vicente. Urge que saibamos tomar partido desta abertura para avançarmos para um relacionamento que explore de forma mais profícua as vantagens comparativas de ambos”, declarou reiterando o “orgulho para Cabo Verde e para São Vicente” em acolher o mais alto representante da nação angolana e a delegação que o acompanha”.