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Covid-19 provocou “muito trabalho” aos bombeiros da Praia pondo à prova a sua capacidade – responsável


  1 Avril      36        Santé (15387),

 

Cidade da Praia, 01 Abr (Inforpress) – O comandante dos bombeiros da Praia, Celestino Afonso, disse hoje que 2020 foi um ano de “muito trabalho”, por causa da pandemia da covid-19, que, na capital, pôs à prova a capacidade da corporação que dirige.
Desde Março de 2020 que os bombeiros do maior município do País não tiveram mãos a medir no combate à covid-19, e o comandante Celestino Afonso não poupa elogios aos seus homens e mulheres que estiveram e ainda estão na linha da frente desta luta.
“Logo que soubemos da existência da pandemia, com probabilidade, na altura, de expansão, o que veio verificar-se, começámos a prepararmo-nos”, disse Celestino Afonso, em entrevista à Inforpress, acrescentando que desde que apareceram os primeiros casos da doença na China, estavam “expectantes” que também chegariam a Cabo Verde.
O primeiro caso confirmado da covid-19 na ilha de Santiago ocorreu no dia 25 de Março de 2020, na Cidade da Praia, e tratou-se de um homem de 43 anos, que regressou ao País no dia 18, depois de ter estado em França e em Portugal.
Esta ocorrência levou o comandante Celestino Afonso a prever um “ano de muito trabalho”, o que veio a acontecer nos primeiros meses da pandemia, e, segundo ele, elevou o número de ocorrências dos bombeiros municipais da Praia, em comparação aos anos anteriores.
“Anualmente, registamos à volta de três mil casos de ocorrências respondidos pelos bombeiros da Praia e com a covid-19 houve um aumento de quase dois mil casos, elevando para perto de cinco mil ocorrências”, indicou, acrescentando que esta estatística demonstra que o trabalho foi “árduo”, atingindo uma percentagem superior a que estavam habituados a responder.
Daí que o comandante dos bombeiros da Praia faça um balanço de “muito entrega” por parte dos profissionais sob a sua direcção, que, realçou, desde o início estiveram imbuídos de uma “elevada preocupação”, porque se tratava de uma doença nova e desconhecida, que lá fora estava a provocar um número elevado de mortes.
Segundo as suas palavras, a preocupação adveio do facto de os bombeiros serem os profissionais que iam dar “toda a resposta correspondente ao transporte dos casos suspeitos, confirmados e até assistência nos funerais, em caso de morte”.
No quartel da Praia, prosseguiu o comandante, o trabalho inicial foi no sentido de tentar perceber sobre a doença que era inédita em Cabo Verde e a forma da sua transmissão.
“Daí nos termos preocupado com a preparação do nosso pessoal, quer em termos preventivos, quer no que diz respeito a equipamentos de protecção individual, a ponto de estar minimamente preparado para dar início ao trabalho que se esperava ser enorme e de grande dimensão”, pontuou, para depois destacar que esta formação contou com o apoio da Delegacia de Saúde da Praia.
Não tem dúvidas de que os bombeiros, à semelhança de outros profissionais, como os do sector da saúde, estavam a continuam a estar na linha da frente no combate ao novo coronavírus.
“Houve momentos em que transportámos diariamente duas dezenas ou mais de pessoas, dependendo do numero de casos registados”, precisou.
Momentos houve em que à meia-noite as ambulâncias dos bombeiros ainda transportavam pessoas das suas casas para os hospitais de campanha, que funcionaram no Estádio Nacional, em Monte Vaca, arredores de Achada de S. Filipe e na Escola Nacional de Hotelaria e Turismo, em Parmarejo Grande, todos na Cidade da Praia.
Entretanto, a decisão das autoridades sanitárias para as pessoas fazerem isolamento domiciliar aliviou um pouco o trabalho dos bombeiros no concernente ao transporte dos doentes para tratamento.
As dificuldades em equipamentos não constituíram empecilho para que os bombeiros da Praia cumprissem o seu papel, sobretudo no quadro da luta contra a covid-19.
Num primeiro momento, os doentes eram transportados de ambulância, mas com o aumento do número de casos, a corporação encontrou uma solução, que consistiu em arranjar uma viatura tipo Hiace (mini-bus), capaz de transportar mais pessoas ao mesmo tempo.
“Os recursos são escassos e, muitas vezes, dificultam o nosso trabalho”, lamentou o comandante, que se mostrou “satisfeito” pela entrega do seu pessoal que, mesmo diante das dificuldades, desempenha as funções que lhe são incumbidas.
No quadro do combate à pandemia, o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, decretou, pela primeira vez na história de Cabo Verde, vários estados de emergência, com vista a obrigar as pessoas a permanecer em casa para evitar as infecções pelo coronavírus.
Os bombeiros, juntamente com o pessoal de saúde, trabalharam dia e noite e, muitas vezes, sem folga, a ponto de se sentirem exaustos.
Nos momentos mais críticos da pandemia, foram acantonados, durante 45 dias, na residência estudantil Madre Teresa de Calcutá. Isto, conforme revelou o comandante da corporação, era para evitar que os bombeiros infectassem os seus familiares, em caso de contraírem a doença.
“Durante este período, nenhum bombeiro apanhou a covid-19”, sublinhou Celestino Afonso, deixando transparecer que, com a diminuição do número de casos, o pessoal voltou aos seus respectivos lares, continuando, porém, na linha da frente do combate.
Regularmente, eram submetidos ao teste PCR pela Delegacia da Saúde da Praia para efeitos de controlo sanitário.
Porque a covid-19 não escolhe as suas vítimas, um total de 15 bombeiros da Praia ficou infectado.
O comandante evita confirmar se todas essas infecções ocorreram durante o exercício das actividades, uma vez que o pessoal, quando saiu do isolamento, passou a viver normalmente nas suas comunidades.
“Mesmo estando equipados, pode ter havido alguma contaminação durante o exercício da actividade profissional”, admitiu.
Os bombeiros da Praia, salientou o seu responsável, estão “sempre prontos” a ajudar os seus colegas em todo o território nacional, tendo acontecido em relação a casos de incêndios florestais no Fogo e em São Domingos.
“Foi nesta óptica que num primeiro momento foram para a Boa Vista dois enfermeiros-bombeiros para reforçar a equipa na ilha e estiveram lá um mês a apoiar”, apontou Celestino Afonso.
Relativamente à articulação, de comunicação com as demais autoridades, considerou que decorreu sem quaisquer dificuldades.
“Quando há confirmação de algum caso, a delegada da Saúde contacta-nos, disponibilizando a lista do pessoal, seus contactos e zonas e vamos à procura das pessoas para as transportar aos centros do isolamento”, asseverou o comandante, que lamentou o facto de, em algumas situações, ter sido necessário accionar as autoridades policiais porque alguns indivíduos resistiram.
Os bombeiros, frisou, acabaram por sofrer na pela toda a reclamação quanto à confirmação ou não da infecção, porque vão lá às casas buscar as pessoas, a mando da Delegacia da Saúde.
“Acabam por ouvir um pouco de tudo”, disse, referindo-se aos homens e mulheres da corporação.
Nesta segunda-feira, 29, os bombeiros começaram a tomar as vacinas contra a covid-19 e o comandante congratulou-se com esta decisão das autoridades.
“Sou de opinião que os bombeiros também deveriam ser dos prioritários [na vacina] e, felizmente, isto aconteceu”, afirmou, lamentando, entretanto, que, muitas vezes, a “corporação é esquecida” e só se lembra dela, quando se está em situações “complicadas e de emergência”.
O Corpo de Bombeiros da Praia é constituído por 52 profissionais, dos quais 16 prestam serviço à empresa que gere os aeroportos de Cabo Verde (ASA).
Quatro deles são enfermeiros, e a corporação é integrada ainda por seis mulheres.
A declaração da covid-19 como pandemia, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorreu a 11 de Março de 2020, quadro que é definido como a disseminação mundial de uma nova doença para a qual a maioria das pessoas não tem imunidade.
A pandemia provocada pelo novo coronavírus já fez mais de 2.799.924 mortes no mundo desde que foi notificado o primeiro caso na China no final de Dezembro de 2019, segundo o levantamento da agência de notícias AFP.
LC/AA
Inforpress/Fim

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